A pujança do Rec’n’Play e o contraste com a carência de serviços no Recife. Faltou até água

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Estive no Centro, no último sábado, dia do encerramento do REC’n’Play, que foi uma bela festa, o chamado Carnaval do Conhecimento. E conhecimento, novas experiências, abertura de caminhos não faltaram. O Recife –  principalmente a parte antiga – esteve em festa. E os organizadores do evento merecem parabéns. Tudo organizado, presenças de todo o país, cerca de 800 atividades, atrações aos montes. O problema:  Há infraestrutura para tanto? Os serviços da cidade funcionaram à altura?

Não. Não funcionaram. Basta dizer que faltou água no bairro, por dois dias. Os edifícios contam, em maioria, com planos B, com sistemas para armazenamento quando o abastecimento público não resolve. Mas a escassez foi tanta, que no sábado – por exemplo – o que sobrava no Recife Antigo era banheiro fedido. Tinha até gente tem condições de lavar as mãos porque as torneiras estavam secas. Já que, com tanta demanda, os reservatórios privados também secaram. Administradores de edifícios da Rua do Bom Jesus informaram ao #OxeRecife que a Compesa justificou a falta d´água devido a uma “manutenção”. Imaginem acontecer uma dessa nos dias de carnaval….

Mesmo com o Bairro do Recife – a parte antiga da cidade – cheio de gente, faltou água por dois dias. Planejamento?

Será que a Compesa não tem planejamento, não sabia que estava ocorrendo um mega evento naquela parte do Recife? Outro problema. Eu fui assistir uma mesa redonda com o tema “Mudanças Climáticas na minha Pele – Percepção e Impactos no nosso Cotidiano”, na sede do Inciti, em uma sala fechada e refrigerada. E, portanto, seria recomendável o uso de máscaras já que a Covid-19 ainda não foi embora e está até em uma fase de alta. Pois bem: Descobri que não havia uma  farmácia no bairro, e terminei sendo salva por uma amiga, que me forneceu um protetor facial.

O Bairro do Recife é muito bonito, mas seria mais aprazível se tivesse mais verde e flores, nem que fosse nos jarros…

Tem mais. Como saí de casa apressada, esqueci a caneta. Ando sempre com duas ou três no bolso, mas na hora “H” vi que não tinha nenhuma. Pois fiquem sabendo. Não havia onde comprar. Já passava das 9h e terminei recebendo indicação de frequentadores do Recife Antigo de que poderia encontrar em algum fiteiro. Ali, nas imediações da Rua do Bom Jesus, encontrei a “salvação” no quarto fiteiro onde parei.  Descobri, então, que o bairro tão tem uma só loja de conveniência, aquelas que a gente vai em emergências, como a que enfrentei e sem tempo para ir em outro lugar. Também achei que o local deveria estar mais bem cuidado, pois havia jarros decorativos em algumas artérias com plantas secas ou simplesmente sem elas. Há locais históricos, em muitas partes do mundo, que chamam atenção pelos canteiros floridos, mesmo que os espaços não sejam grandes.

Embelezar uma cidade com verde é uma forma de deixá-la mais simpática, mais aprazível, mas parece que ninguém pensa nisso, na nossa selva de concreto. Apesar dos transtornos, valeu demais ter ido. O encontro na sede do Inciti  (Inovação e Pesquisa para as Cidades), terminou sendo muito produtivo. Mas a instituição fica Rua do Bom Jesus, e foi uma  prejudicadas pelas torneiras secas. A reunião terminou sendo enriquecedora. E muito. Em discussão: alimentação (hortas, pomares urbanos e outras iniciativas), calor (aquecimento global e local, como enfrentá-lo), habitação.  Presença de especialistas Djair Barros (engenheiro civil, integrante do Inciti),  Mariana Zarbone (geógrafa, UFPE), Alexandre Ramos (gestor ambiental, Secretaria de Agricultura Urbana do Recife),  Samarina Fernandes (Coordenadora do Grupo Pedagógico de Sistema Agroflorestal Experimental – Safe),  Luana Alves (arquiteta, urbanista, especialista em urbanismo social), Pedro Santos (Doutorando em Geografia pela UFPE,com especialidade em conforto térmico)

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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