Nessa época do ano, o que há de comum entre uma mata no Norte do Brasil – como a Floresta Nacional do Tapajós (onde estive recentemente) – e o asfalto nas ruas do Recife? Ganha uma flor, quem acertar. Caso não saiba, vai aí a resposta: os ipês. E os ipês amarelos. Estão todos floridos, a coisa mais linda. Tanto em Pernambuco quanto na Amazônia. Uma festa para os olhos. Quando o vento dá, as flores caem como lágrimas e formam tapetes de pétalas no chão, que a próxima chuva vai levar.
Na Flona – onde fiz uma trilha de 10 quilômetros com meu amigo Fernando Batista e alguns turistas alemães no início desse mês – eles se destacam no meio das vegetação verde, espessa e exuberante ali perto de Alter do Chão, no município de Santarém, a 1372 quilômetros de Belém. Lá no Pará, só vimos o amarelo que, muito altos, aparecem suas copas no meio de outras árvores centenárias. Ou seja, tanto na mata fechada quanto no meio do concreto, os ipês fazem a festa das ruas e dos nossos olhos. É tão lindo, que dá emoção só de ver.
Depois, ainda tem quem viva por aí degolando as árvores com a motosserra insana. Que seria da Avenida José Bonifácio, ali na Torre, sem os ipês que acabam de florir embelezando o local? Hoje, quando passei por lá, observei uma quatro pessoas parando para contemplar o espetáculo, as pétalas voando suavemente, ao sabor do vento. Vejam, nessa galeria abaixo, a festa dos ipês, no Recife e na comunidade do Coroco, na Flona, às margens da natureza ainda selvagem do Rio Tapajós, onde estive com meu habitual companheiro de viagem e aventuras desbravadoras pela para nós antes desconhecida Região Norte do Brasil, e que começamos a desvendar há três anos. E à qual voltamos, em 2018. Divirtam-se com a galeria de fotos:
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins e Fernando Batista/ Cortesia