Nesses tempos de crise climática e tantos incêndios, proteger a floresta é preciso. Principalmente aquelas que se formaram ao longo dos séculos e que chegam a ter árvores gigantes com altura acima de 70 metros, como ocorre no Oeste do Pará onde fica inclusive a mais alta árvore da América Latina, com nada menos de 88,5 metros de altura. O equivalente a um prédio de 29 andares. Por esse motivo, nesta semana, o Governo do Pará realizou uma consulta pública com a população do município de Almeirim, sobre a transformação de parte da Floresta Estadual (Flota) Paru, em nova unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral. Tudo para proteger as árvores gigantes. Almeirim fica a 947 quilômetros de Belém e a consulta é uma exigência legal, prevista pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC).
A iniciativa para criação da Flota é liderada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) e conta com o apoio do Instituto Federal do Amapá (Ifap), da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e financiamento do Andes Amazon Fund. Ao longo dos últimos dias, equipes do órgão ambiental do Governo do Pará e da FAS realizaram uma série de visitas a instituições de ensino, entidades religiosas e órgãos públicos, incluindo o Conselho Tutelar, a Agência Distrital, a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Ministério Público, o Tribunal de Justiça do Pará e a Justiça do Trabalho. O objetivo foi garantir a ampla participação da sociedade na Consulta Pública, que ocorreu no dia 11 de setembro, de 8h às 13h, na GR Eventos, no distrito de Monte Dourado. De acordo com o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, a participação e envolvimento da comunidade local é uma etapa essencial para a criação da nova UC. “A proteção das Árvores Gigantes da Amazônia é um compromisso com as futuras gerações. Estamos falando de exemplares únicos”, diz ele.
E cita espécie Angelim vermelho (“Dinizia excelsa Ducke”), com alturas acima de 70 metros, incluindo a árvore mais alta da América Latina, com 88,5 metros. “Portanto, a Consulta Pública é uma oportunidade para que todas as pessoas se envolvam na preservação desse patrimônio natural inestimável”, destaca.
O superintendente de Inovação e Desenvolvimento Institucional da FAS, Victor Salviati, destaca que “essa Consulta Pública foi muito relevante para o estado do Pará, para a Amazônia e para o planeta. Estamos falando do fortalecimento da proteção da biodiversidade amazônica. A FAS agradece a parceria e cumplicidade das organizações envolvidas no projeto e das pessoas dos territórios das árvores gigantes que possibilitaram a realização dos levantamentos (físicos e biológicos) em tempo recorde, e com que esses resultados chegassem para a discussão com a sociedade”.
Se a Sumaúma que fica na Floresta Nacional do Tapajós (Flona), a “Vovó do Tapajós” (foto acima), já impressiona pelo seu gigantismo, imaginem, então, um angelim vermelho com mais de 88 metros de altura. A “Vovó” que tem idade calculada entre 900 e 1 mil anos é a principal atração turística da Flona e seu tronco é tão largo, que uma roda com mais de 30 pessoas talvez não seja capaz de abraçá-lo. A altura da sumaúma varia de acordo com as fontes. Ficaria entre 45 e 60 metros. Já o angelim vermelho da Flota Paru tem um tronco de 10 metros de circunferência. As árvores mais famosas da Amazônia ficam a uma distância de 2.188 quilômetros (por rodovial) uma da outra. A “vovó”, em Belterra. O angelim, em Almeirim. A proposta de recategorização da Flota do Paru visa garantir a proteção integral dessas árvores monumentais, que desempenham um papel importante na manutenção do bioma amazônico. Diz o Diretor de Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato:
“Essas árvores não são apenas as maiores da Amazônia, mas também estão entre as maiores do mundo. Sua preservação é fundamental para a conservação da biodiversidade e para o equilíbrio climático global”.
Nos links abaixo, mais informações sobre a natureza, com foco em árvores e na Amazônia.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Fernando Sette / Divulgação e Letícia Lins (Tapajós)/ Acervo #OxeRecife