Quando for à praia de Maracaípe, comece a cair no clima visitando o ateliê do artista plástico Romero Marques. É que peixes, corais, crustáceos, algas, cavalos marinhos, ouriços formam a temática principal de sua obra alegre, viva e colorida. Não é para menos: Romero é mergulhador há quatro décadas. Assim, o mar e tudo que nele existe compõem a temática principal de sua obra. No momento, ele se dedica à produção de 24 cavalos marinhos que serão entregues a finalistas das oito categorias do TPM Surf Festival, que acontece entre os dias 26 e 28 de novembro, em Maracaípe. Paraíso dos surfistas, Maracaípe fica na extensão de Porto de Galinhas, Ipojuca, Litoral Sul de Pernambuco.
O ateliê de Romero é na Rua Baía de Maracaípe, 112, C, em Maracaípe, à margem do rio do mesmo nome. Foi lá o nosso primeiro ponto de parada, ao participarmos de uma caminhada com o Grupo Andarapé pelos manguezais, restingas e sítios históricos daquela região. Foi no último sábado. Para reproduzir os ambientes marinhos, ele utiliza materiais que tanto podem ser os descartados por indústrias (poliuretano), em ambiente doméstico (papel) ou que são achados na natureza (folhas, palhas, espinhos).
Entre os os resíduos industriais, um dos aproveitamentos vem do pó decorrente da fabricação de blocos e shapes de pranchas de surf à base do poliuretano . Com esse material, que é colorido depois, ele reproduz os ambientes do mar. Também recorre ao papel machê. Assim, vai recriando desde “barreiras de corais” , várias espécies de “organismos” do ambiente aquático e até “cavalos marinhos”, os curiosos peixes que são o principal símbolo de Maracaípe e que tanto chamam atenção dos turistas que vão ao Litoral Sul.
Da vegetação seca das praias, Romero vai buscar materiais como palhas e carrasqueiras de coqueiros. Ele aproveita os formatos da natureza e compõe animais como tubarões, que viram pequenas esculturas, ideais para decorar pousadas, hotéis ou mesmo casas de veraneio. “O que é incrível é que o próprio material dá seus volumes, curvas, linhas laterais”, comenta, mostrando as peças sobre uma mesa redonda.
Nela, repousam pequenas esculturas nas quais a gente percebe os formatos criados pela própria natureza e aproveitados pelo artista. No caso dos “ouriços do mar”, ele usa espinhos da macaibeira, com as quais recria o equinoide, tão presente nos arrecifes das praias nordestinas. Romero também pode aproveitar materiais descartados pela pesca, como espinhas e dentes de peixes.
Na visita à oficina – que costuma dividir com outros artistas do município e até do Recife – ele relata seu processo de criação para os visitantes, o cuidado com a natureza, o aproveitamento de materiais secos encontrados nas praias e também o uso de resíduos industriais que são descartados por fábricas de shapes (para pranchas de surf), por exemplo. Ao final, convida os visitantes para um “mergulho noturno” no mar de Maracaípe. O mergulho, no entanto, é no seco. É que o visitante vai a uma sala escura, na qual efeitos da iluminação mostram o brilho e o colorido da vida marinha mesmo no breu. Os turistas ficam deslumbrados…
Nos links abaixo, você confere outros passeios realizados por grupos que exploram a pé as atrações do Recife ou do interior do Estado.
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Serviço:
O que: Ateliê de Romero Marques
Onde: Rua Baía de Maracaípe, 112, C, Praia de Maracaípe, Ipojuca, PE
Telefone: (081) 9922722147 (WhatsApp)
Redes sociais: Romero_Marques_Artes (Instagram), studiomaracaipe (Facebook)
e-mail: romeroartes@yahoo.com.br
Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife