O combate à desertificação e a “amazoninha” no Sertão do Ceará

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Observe a  foto que está aí do lado, à esquerda. É o antes. Agora, veja a que está lá em cima. É o depois. Notou as diferenças? Parece mentira, mas as duas são do mesmo local, o Sítio Brum, situado no Sertão do Ceará. Antes inóspito, o terreno passou por sistema de recuperação de áreas degradadas. Ficou verde, reacendeu a esperança de poder plantar do sertanejo.

Recomposta, e com a vegetação de volta, a área já ganhou até um novo nome: Amazoninha. Ou melhor, um apelido carinhoso, colocado pelos moradores do lugar. As fotos foram divulgadas pela Fundação Cearense de Metereologia e Recursos Hídricos (Funceme),  para assinalar a passagem do Dia Mundial de Combate à Desertificação, que transcorreu no último 17 de junho. E também para despertar nas pessoas a importância e a chance de viabilidade de recuperação de áreas desertificadas no Semi-Árido do Nordeste. O trabalho  incluiu iniciativas como a construção de barragens sucessivas de pedras (para contenção de sedimentos), manejo adequado do solo, utilização de insumos para sua recuperação e também o uso de métodos que permitiram manter a umidade. O trabalho foi concluído em 2016,  mas desde então o resultado é monitorado pela Funceme. A ação contou com recursos do Ministério do Meio Ambiente, por intermédio Fundo Nacional Sobre Mudança de Clima. O Brum fica em Jaguaribe, a 300 quilômetros de Fortaleza.

A região do Jaguaribe, a do Inhamuns e o Centro Norte estão entre as consideradas de maior vulnerabilidade no Ceará, estado que tem 100 por cento do seu território tido como de área suscetível à desertificação (ASD), enquanto 98 por cento encontram-se  na região semi árida. Naquele estado, 11, 45 por cento já são considerados como de áreas fortemente degradadas. Ou seja, se não se toma providência, o Ceará corre o risco de virar um grande deserto. O sítio recuperado representa um grão nas necessidades do estado. Mas já é um bom começo, ao provar que é possível a recuperação de área desertificada. Tomara que no Sertão do Nordeste surjam milhares de áreas verdes como a que os cearenses passaram a chamar de “amazoninha”, seja inverno ou verão.

Em Pernambuco, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade deu início no mês de maio à segunda etapa do  Projeto de Implementação de  Módulos de Manejo Sustentável de Agrobiodiversidade, nome pomposo de ação de combate à desertificação no Estado.  O Projeto beneficia 400 famílias, distribuídas em doze cidades e está orçado em R$ 700 mil.  Entre as iniciativas, estão: implantação de unidades produtivas, barragens sucessivas e cordões de pedra,recuperação de nascentes, perfuração de poços artesianos, construção de banheiros com fossas sépticas e também de fogões ecológicos. As duas últimas cidades escolhidas para os benefícios são Triunfo e Carnaíba, ambas no Sertão do Pajeú.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação/ Funceme

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