Uma das mais antigas do Brasil no setor cultural, Revista Continente é premiada

Genuína de Pernambuco, inteiramente voltada para o setor cultural e tida como uma das mais antigas do gênero no País, a Revista Continente foi escolhida pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) para receber o Prêmio Antônio Bento por sua contribuição à cultura nacional em 2023. A informação foi divulgada hoje. E a solenidade de entrega da premiação será no próximo dia 14 de agosto, às 18h30, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, com a presença do presidente da Cepe, João Baltar Freire, e do jornalista e editor da revista, Mário Hélio Gomes de Lima (foto acima).

A Continente foi lançada em dezembro de 2000, e é editada pela Cepe (Companhia Editora de Pernambuco). Ao contrário de outras publicações culturais, que têm vida efêmera, a Continente circula, portanto, há 24 anos. “É uma perenidade impressionante”, diz Mário Hélio, idealizador da revista e atual superintendente de Periódicos e Projetos Especiais da Cepe. “A indicação e a escolha da revista para receber o prêmio da ABCA, numa votação espontânea, evidencia o compromisso com o jornalismo cultural de boa qualidade”, declara o presidente da Cepe, João Baltar.” O prêmio da ABCA, ressalta Mário Hélio, é um reconhecimento à trajetória da Continente, que abriu espaço para a divulgação das artes visuais desde a edição de número 0, com o artista plástico João Câmara na matéria de capa. “Estreamos com ênfase nas artes plásticas, a matéria de capa ocupou 32 páginas”, recorda Mário Hélio.

Em 2023, ano referente à premiação, a Continente divulgou, nas edições impressa e on-line, a produção artística do pernambucano Abiniel João Nascimento (março), do libanês naturalizado brasileiro Camille Kachani (abril), da paulista Fernanda Feher (junho), da capixaba radicada no Rio de Janeiro Kika Carvalho (agosto) e do paulista Alex Femming (setembro).

Ao longo do tempo, observa Mário Hélio, não houve nenhuma fase da revista sem ter artes plásticas em destaque, seja em seção, coluna ou reportagens. A edição de nº 276, a mais recente, traz de brinde para os leitores uma gravura criada exclusivamente para a Continente pelo xilógrafo e cordelista J. Borges, que faleceu no dia 26 de julho último. Também traz texto sobre a pintora pernambucana Lúcia de Barros Carvalho (Suanê), falecida em 2020, que deixou uma obra repleta de referências sertanejas, indígenas e contemporâneas. Esta é a segunda indicação da Continente ao prêmio da ABCA. A primeira foi em 2018. Desta vez, a revista teve a indicação e conquistou a premiação, numa votação espontânea dos associados da entidade. O Prêmio Antônio Bento é uma distinção oferecida à mídia pelos bons serviços na divulgação das artes visuais. A Continente implementou nova linha editorial desde 2023 e continua privilegiando as artes plásticas.

“O carro-chefe do aplicativo da revista, que será lançado em outubro, são as artes plásticas. E já estava decidido antes da divulgação do prêmio”, diz Mário Hélio. Em São Paulo, a Continente ganhará um troféu feito pelo artista plástico carioca Sanagê Cardoso. O prêmio anual da ABCA foi instituído em 1978 e é destinado a artistas visuais, críticos, pesquisadores, curadores e instituições culturais que contribuem para a cultura. Participaram da votação 169 associados, em escala nacional, e foram concedidos 18 prêmios, sendo 13 por categoria (onde a Continente se insere) e três destaques regionais.

Leia também
Cepe: Ricardo é presidente da ABIO
Festa: Projeto Som na Rural, cirandas e Continente no Pátio de São Pedro
Confederação do Equador é lembrada: Cepe lança livro sobre Frei Caneca
Sustentabilidade e economia criativa são marcas da 30ª edição do calendário da Cepe
Instituto Arqueológico e Cepe lançam coleção que aborda revoluções, mártires e padres guerreiros
Histórias cotidianas da literatura brasileira
O artista pernambucano que participou da Semana de Arte Moderna de 1922
 Samico,o devorador de estrelas é homenageado em calendário da Cepe
Fora de moda para uns, calendário de 2023 com xilogravura fazem a festa dos colecionadores
Paulo Freire, os caminhos do educador no Recife, onde tudo começou
Público tem acesso a 132 mil documentos
Dom da Paz pode virar santo: Cepe imprime documentos para o Vaticano
Quase santo, Dom Hélder é tema de novo livro: O Deus que existe em nós
Livro oportuno sobre a ditadura (que o Presidente diz que nunca existiu)
O levante dos camponeses e a triste história da ditadura em Pernambuco
Pensem: Em 1964 já tinha fake news. Bacamarteiros viram guerrilheiros
Eneida: Macunaíma e narrativas impuras
Leia A emparedada da rua Nova
Livro revela segredo da guerrilha
História: Revolução de 1930 e três homens que se chamavam João
Sessão Recife Nostalgia: Os banhos noturnos de rio no Poço da Panela
O ano de Cida Pedrosa: escritora premiada, feminista  e vereadora
Livro sobre Clarice Lispector: “O que escrevo continua”
Vida de Clarice ganha versão em HQ
HQ Comuna dos Sonos, em 2020 quando o Recife se acabou
Raul Lody revisita Gilberto Freyre
Comida e tradição no Museu do Estado
“João Cabral não é um iluminado, mas um iluminador”
Pandemia não inibe produção de livros. Vem até um sobre o Zepellin
De Yaá a “Penélope Africana”
Documento revela: Riquezas da Igreja incluíam Engenho Monjope
Premiada, Mary Del Priori é a primeira atração do circuito cultural da celpe
Uma Festa na Floresta chega à ONU
Editoras contra elitização do livro
Carlos Pena Filho: Desejos presos na APL
Carlos Pena Filho: trinta copos de chope
Litoral Sul ganha tenda literária
Sidney Rocha  preside Conselho da Cepe
O lado editor do escritor Sidney Rocha
Carlos Pena Filho: “são trinta copos de chope” e memórias no Museu do Estado
Joca e seus diálogos improváveis

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Leopoldo Conrado / Cepe / Divulgação