Sinceramente, é uma pena que o Teatro Santa Isabel – que é tombado pelo IPHAN e, portanto, monumento nacional – esteja com um cartão de visitas tão triste, com as calçadas ocupadas por barracas de famílias sem teto.
Pelo menos, foi o que encontrou uma turma que fazia caminhada domingo com o Grupo Bora Preservar, que teve no TSI a segunda parada, durante o passeio a pé, tendo como tema “Os Caminhos do Osman Lins” no Recife.
O #OxeRecife já vinha chamando a atenção das autoridades para a situação do prédio histórico, cujos problemas vão de rasgos em poltronas à limpeza da fachada. Mas agora tem mais. É que além do péssimo odor de urina e também do “número dois” em frente ao TSI, a calçada do teatro virou lugar de moradia e o gradil que cerca os seus jardins está servindo de varal, onde é secada a roupa dos novos “frequentadores” do Teatro.
Como vocês sabem, o TSI foi inaugurado em 1850. E ostenta uma bela história, tendo servido de palco para momentos marcantes do passado, como a luta abolicionista e a apresentação de companhias internacionais. Em 1869, seu prédio foi atingido por um incêndio. Viria a ser reinaugurado em 1876.
O projeto é do arquiteto Louis Lèger Vauthier, francês que marcou presença no Recife no século 19. Ele morou em Pernambuco entre 1840 e 1846, e deixou várias marcas no Recife. O TSI chegou a ser considerado por um longo tempo o mais belo teatro do Império. Está incluído entre os 14 teatros considerados como patrimônios do Brasil, tendo sido tombado pelo IPHAN em 1949.
Mas infelizmente está precisando de trato, tanto na parte interna quanto na externa. Sabemos sim, que os problemas sociais do Recife são graves, e que o deficit habitacional da cidade chega a 70 mil moradias. Mas cabe às autoridades, evitar que as áreas públicas – teatros, praças, calçadas – fiquem indevidamente tomadas. A ocupação das calçadas do TSI só não se estende à Praça da República, porque ela é cercada e conta com vigilância do Palácio do Campo das Princesas.
Nos links abaixo, você confere mais alguns problemas sobre o Santa Isabel.
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Texto : Letícia Lins / #OxeRecife