Temática da Caatinga vira coleção fashion e renda para preservar o bioma, que é exclusivo do Brasil

Levantamento recente realizado pelos Tribunais de Contas do Estado de todo o Nordeste indicou que são poucas as ações de combate à desertificação na área sertaneja, o que coloca em risco a Caatinga. Por esse motivo é bom salientar, sempre, as ações de entidades que trabalham para preservação daquele que é o único dos seis biomas do país que é exclusivo do Brasil. E que é, também, um dos mais vulneráveis. Uma dessas organizações é a Associação Caatinga (AC), que está completando 25 anos de existência, com uma boa folha de serviços prestados. Nessa terça, a AC está lançando uma coleção fashion com temática do Sertão. Parte das vendas  será revertida em  ações em defesa dos recursos naturais e da população da região.

A AC é considerada uma Organização da Sociedade Civil, sem fins lucrativos, que tem propósito de conservar esse bioma, difundir suas riquezas e inspirar as pessoas a cuidarem da natureza. Também atua no fomento do desenvolvimento local sustentável, incrementando a resiliência de comunidades rurais à semiaridez. Para marcar esse aniversário, nesse 24 de outubro, será lançada a coleção  com looks inspirados na temática sertaneja: fauna, flora, cultura popular. O lançamento ocorre na  Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), em Fortaleza. A iniciativa conta com parceria da Handara, empresa de jeanswear.  Parte do lucro da venda destes produtos será destinada para a proteção da Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), gerida pela Associação Caatinga desde 2001. A RNSA está localizada entre os municípios de Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI) e é considerada a maior Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Ceará.

Sobrevivente no Sertão, o tatu-bola foi o mascote da Copa do Mundo de Futebol, realizada no Brasil em 2014

Na mesma ocasião, Roberto Proença de Macêdo, empresário cearense com serviços prestados à causa socioambiental, principalmente na Caatinga, será homenageado. Roberto Macêdo é Conselheiro Deliberativo da Associação Caatinga, e foi seu primeiro presidente, função que exerceu por 12 anos. Durante o evento, também serão lançados três vídeos institucionais. O primeiro irá abordar o legado da SC Johnson, especialmente a Fazenda Raposa, a Escola Johnson, e a RNSA.  O segundo irá focar nas ações de sustentabilidade da Associação Caatinga. E o terceiro  mostra os impactos positivos nas comunidades, após o trabalho da AC.

A SC Johnson foi a empresa que viabilizou financeiramente a fundação da AC. Na ocasião,  também será lançado o livro digital “Associação Caatinga – 25 Anos”, abordando temas como biodiversidade da Caatinga, história da Associação, da Reserva Natural Serra das Almas, ações de reflorestamento, distribuições de tecnologias sociais, atuação em comunidades rurais, prêmios, políticas públicas, etc. “A Associação Caatinga conta com sete linhas de atuação, sobre as quais aqui falarei posteriormente. O que sei dizer é que é um trabalho muito interessante, e que poderia ser estendido a outros estados do Nordeste.

Em Pernambuco, cerca de 75 mil famílias que vivem em 55 municípios do Sertão e Agreste pernambucanos serão contempladas com iniciativa no valor de R$ 300 milhões que irá garantir acesso à água e ampliar a capacidade de produção da agricultura familiar. O projeto Raízes Resilientes, que tem o objetivo de reduzir o impacto da mudança climática, apresentado pela governadora Raquel Lyra, foi classificado, nesta terça-feira (24), por edital lançado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A solenidade realizada no Palácio do Planalto contou com a presença do presidente Lula. A iniciativa será contemplada por meio do Projeto Sertão Vivo, lançado pelo governo federal para atender comunidades rurais, agricultores familiares, assentados da reforma agrária e comunidades tradicionais do Nordeste.

Nos links abaixo, mais informações sobre a Caatinga.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Associação Caatinga e Acervo #OxeRecife

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