É uma vergonha que, em pleno século 21, ainda haja necessidade de ações educativas contra o trabalho infantil que, pelo menos no Brasil, caiu bastante nas últimas duas décadas. Mesmo assim, ainda pode ser observado em feiras, nos sinais de trânsito, nas praias, até no polo de confecções no Agreste de Pernambuco. Os órgãos oficiais estimam que haja no Brasil nada menos de 1,8 milhões de crianças trabalhando. As idades variam de cinco e 17. Infelizmente, essa chaga ainda existe também em países de outros continentes, como Ásia, África e na própria América Latina.
Vez por outra, alguma indústria de calçados ou confecções sofre boicote de consumidores, por conta da exploração de mão de obra infantil ou escrava. No Brasil, a prática é proibida por lei, mas ainda se observa principalmente em áreas rurais, em casas de farinha que atuam no Agreste. Mas na Zona Canavieira, onde antes a participação de crianças no corte de cana era regra, o trabalho infantil virou exceção. Até o século passado, a participação da mão de obra infantil nos engenhos de cana chegava a 25 por cento do total da força de trabalho da área açucareira. Foi preciso muita fiscalização e programas como o Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), para que as crianças, enfim, pudessem voltar aos seus lugares. Aos estudos, principalmente.
Hoje é mais fácil achar crianças nas escolas do que cortando cana, na Zona da Mata, área tradicionalmente açucareira. Na Região Metropolitana do Recife, a Companhia Popular deTeatro de Camaragibe está visitando as escolas municipais, com o espetáculo Trabalho Infantil não tem graça. O objetivo é conscientizar e promover a discussão sobre o tema nas escolas. A iniciativa tem patrocínio e realização da Prefeitura, através da Secretarias de Assistência Social e de Educação de Camaragibe, que fica a 14 quilômetros do Recife.
A peça tem texto de Magal Melo e direção de Emanuel David D´Lucard . A encenação mescla o lúdico universo da arte com questões como o direito das crianças e vai percorrer as escolas municipais até o início das férias escolares. O grupo teatral é bem atuante, e tem grandes sucesso no currículo como Senhora de Engenho – Entre a Cruz e a Torá e Ana de Ferro – Rainha dos Tanoeiros do Recife. Além dos espetáculos para adultos, o grupo costuma fazer teatro educativo, seja contra o trabalho infantil, em campanhas sobre doenças sexualmente transmissíveis, e até mesmo sobre como se prevenir da dengue. Até o início das férias, onze escolas do município serão visitadas pelo grupo teatral, com a peça Trabalho Infantil Não Tem Graça. O grupo pode levar a encenação a outros municípios, caso seja convidado.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Teatro Popular de Camaragibe / Divulgação
Minha querida Letícia, boa tarde.
Bela matéria, e como sempre um belo texto. Voc~e escreve muito bem!
Gratidão!
Bjs.