Tamanduá-bandeira que nasceu no Parque Estadual de Dois Irmãos e ganhará vida livre

Vamos comemorar? Nasceu um filhote de Tamanduá-bandeira (“Myrmecophaga tridactyla”), no Parque Estadual de Dois Irmãos (PEDI). O mamífero é classificado como “vulnerável”, na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção. A espécie é considerada especialmente extinta nos Pampas (Região Sul) e quase extinta na Caatinga e na Mata Atlântica, biomas presentes em Pernambuco e no Nordeste. O bebê e a “mama”passam bem. A notícia  foi divulgada hoje pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, responsável pela gestão do parque que, desde o governo passado, mudou sua forma de atuar.

É que depois de ter animais de espécies exóticas como atrações – como ursos e leões- o PEDI passou a dar prioridade às espécies nativas. E, ao invés de tratar os animais como peças de exibição, agora os encara com preocupação de preservação e introdução à natureza. E, nesse caso, garantir a reprodução de animais naquelas condições é um dos propósitos do equipamento ambiental do estado, o que é correto.  A equipe do PEDI comemora o sucesso do nascimento e crescimento do Tamanduá-bandeira, que veio ao mundo no último dia 4 de julho, porém a notícia só foi divulgada agora, quando mãe e filhote estão bem saudáveis.  Esse processo de reprodução é fundamental para o aumento populacional da espécie que, como disse acima, está em risco. Segundo a gerente técnica do Parque, Fernanda Justino, a drástica redução da espécie motivou o PEDI a iniciar o processo reprodutivo desses indivíduos.  Diz a especialista:

“Todo zoológico deve ter quatro pilares: educação ambiental, lazer, pesquisas científicas e conservação das espécies. Nesse contexto, o nascimento do Tamanduá-bandeira tem grande valor para a sociedade. No entanto, sua reprodução é apenas o início de uma grande jornada. O animal precisa ser preparado e monitorado para uma futura vida na natureza. Quando a espécie tem todas as suas necessidades atendidas – nutricionais, físicos, mentais, ambientais e de saúde , ela tende a expressar seus comportamentos naturais, como a reprodução”. 

Ela informa que o bebê terá vida livre assim que possível.  O  filhote de Tamanduá-bandeira permanecerá no Parque até atingir a maturidade suficiente para ser destinado a outros locais especializados em soltura de animais. “Encaminhar os animais para outras instituições é importante para o desenvolvimento de ações que viabilizem a vida deles na natureza”, explica Fernanda. O sucesso com a reprodução dessa espécie no Parque é a primeira etapa dos cuidados para conservação do animal. Mãe e filho foram acompanhados por equipe multidisciplinar atenta às necessidades do filhote. Felizmente, tudo correu bem. Aqui no #OxeRecife já noticiamos tristes casos, que vão de tamanduás quase mortos devido à ação de queimadas e até mesmo vítimas de tiros disparados por almas sebosas. Há também fatos felizes, como esse tamanduazinho da foto abaixo, que ficou órfão, se buscava conforto nesse bichinho de pelúcia.

Órfão e resgatado, esse tamanduazinho achado em Pernambuco buscava conforto nesse bichinho de pelúcia.

Abaixo, você checa mais informações sobre tamanduás e sobre alguns animais que têm vida livre naquele parque.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Gabriel Dantas/PEDI.

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