Sessão Recife Nostalgia: Os circuitos automobilísticos do século passado

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Se os carrinhos da foto em preto e branco circulassem hoje pelas ruas do Recife, seriam chamados de “chimbicas” ou “calhambeques” por alguns desavisados. Na realidade, esses automóveis antigos viraram mania e chegam a ser disputados a preço de ouro por colecionadores. E haja nostalgia! Alguns desses “possantes” chegaram a integrar circuitos automobilísticos urbanos que movimentavam a nata da sociedade recifense,  entre os anos 1950 e 1990. Com o passar dos anos, modelos mais novos foram sendo incorporados às competições.

Entre os anos 1950 e 1960, havia o Circuito do Derby (foto acima). Posteriormente, surgiu o Circuito da Cidade Universitária (1960-1970). E, por fim, o Circuito Joana Bezerra (1970-1990).  Quem lembra isso é  Ricardo Bandeira de Melo, que  conviveu com alguns pilotos das antigas corridas na própria casa: o avô (Alfredo Bandeira de Melo), a mãe (Tatiana Bandeira de Melo), o tio ( Geraldo Bandeira de Melo, o Gegê).  Apaixonado por carros antigos e pela história do automobilismo no Recife, Ricardo guarda fotos, troféus, flâmulas e outros objetos daquela época.

“Sempre vivi nesse meio, ouvindo as histórias das grandes corridas e excepcionais pilotos do Recife e isso sempre me fascinou de uma maneira muito profunda”, conta Ricardo, que decidiu compartilhar o seu fascínio pelo tema com o público do Recife. Na próxima quinta-feira ele inaugura a Exposição História do Automobilismo do Recife, na sede da Associação Comercial do Recife, que fica na Avenida Lisboa, 81, em frente à Praça do Marco Zero. A inauguração da mostra será   às 17h do dia 28 de julho, e ela ficará disponível para visitação até 14 de agosto. “Organizo essa exposição para mostrar ao recifense o quanto é rica a história automobilística na nossa cidade, pois por cerca de quase 50 anos o Recife teve seus circuitos automobilísticos”, diz ele, que é “estreante” na Turismo Cup 2022. “O automobilismo sempre foi um sonho para mim, por toda a minha vida colecionei miniaturas de carros”, conta. Para Ricardo, o assunto faz parte de suas memórias afetivas, embora as lembranças sejam bem remotas. “Recordo que, quando bem pequeno, ia com minha mãe a Caruaru para ela correr” (foto abaixo).

Era a então chamada Copa do Batom, organizada por Maria Helena Fittipaldi. “Agora, como piloto, tento ao máximo fazer jus a Mamãe, ao Tio Gegê e ao Vovô Alfredinho”, afirma Ricardo, que vai pedir permissão à Prefeitura para que  carros antigos possam ficar expostos ao lado da Associação Comercial, nos primeiros dias da exposição. No interior do prédio, serão cerca de 30 fotos dos tempos áureos  do circuitos urbanos além de troféus, alguns deles sob a guarda da família.

Ricardo Bandeira de Melo com a mãe,Tatiana, que exibe troféu que ganhou correndo na Copa do Batom, em Caruaru, a 130 quilômetros do Recife.

A exposição conta com a parceria da Associação Comercial de Pernambuco. E apoios da Prefeitura do Recife, Gráfica do Parque, Esportes da Sorte, Galeria Terra Brasilis, Ilha da Kosta, Steel Artefacto, Prata do Vale, Folha de Pernambuco, Ostramar

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Serviço
Evento: Exposição História do Automobilismo no Recife
Onde:  Palácio do Comércio, sede da Associação Comercial de Pernambuco
Endereço: Av Alfredo Lisboa,  81, em frente à Praça do Marco Zero
Inauguração: quinta-feira, 28 de julho
Horário: 17h às 22h
Quanto: acesso gratuito

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Acervo da família Bandeira de Melo

One comment

  1. Assisti uma prova que Gegê Bandeira, em um DKW Vemag, venceu um circuito em João Pessoa, ao redor da Lagoa do Parque Solon de Lucena, nos idos da década de 1960. Ele era extra série. Sobrava na turma.

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