A segunda-feira de carnaval sempre foi um dia muito especial na maior festa popular do Recife. Dia em que a folia revive a saudade de velhos carnavais e os batuques ancestrais do maracatu de baque virado. É que, tradicionalmente, nessa data há encontro de blocos líricos no bairro do Recife Antigo e encontro de maracatus, no bairro de São José, na Noite dos Tambores Silenciosos. Blocos líricos são aquelas agremiações movidas a bandas de pau e corda, animadas por corais de vozes femininas e que, ao invés de estandartes, carregam seus românticos flabelos. E hoje (3/3) é o dia deles, no Recife Antigo. O encontro de blocos líricos acontece a partir das 16h, com desfile de agremiações como o da Saudade, Cordas e Retalhos, Eu quero mais, Pierrot de São José, Blocos das Flores, O Bonde e muitos outros tomando as ruas.
Destaque para o Bloco da Saudade que se concentra na Praça Maciel Pinheiro (Boa Vista) no início da tarde, de onde se desloca para o Recife Antigo. Todos os blocos que participam do encontro sobrem ao palco do Marco Zero (um de cada vez, claro), e a previsão é que isso aconteça entre as 16h e 20h. A partir daí, Spok Frevo Orquestra assume o comando da festa com convidados: Grupo Bongar, Orun Santana e Daruê Malungo. Às 21h30m, o manguebeat manda com Nação Zumbi, seguido de Baiana System (23h15m) e Xamã (01.00). A Praça do Arsenal, por sua vez, entra no clima e recebe o Coral Edgar Moraes, Getúlio Cavalcanti, Dalva Torres (com o bloco O Bonde). Às 22h, tem Maciel Salu. E às 23h30, o cantor Almério. No Pátio de São Pedro são cinco atrações que se revezam no palco.
Além dos blocos líricos, a segunda-feira tem a tradicional Noite dos Tambores Silenciosos, que acontece no Pátio do Terço, uma das cerimônias mais bonitas do carnaval recifense, que atrai uma verdadeira multidão ao bairro de São José. Os maracatus do tipo Nação começam a chegar às 20h. Para quem gosta de acompanhar o concurso de agremiações carnavalescas, a dica é a Avenida Dantas Barreto, onde até 12h20m desfilam maracatus de baque solto, aquele cujas figuras mais icônicas são os caboclos de lança. Ao todo, 16 agremiações, vindas do Recife e cidades como Vicência, Araçoiaba, Carpina, Tracunhaém, Paudalho, Condado, Lagoa de Itaenga, Chão de Alegria, Nazaré da Mata, entre outros.
Entre 15h20m e 17h50, quem toma o espaço são os bois de carnaval (sete agremiações). A partir das 18h15, é a vez da entrada de tribos indígenas (cinco). Entre 20h20m e 22h, chegam os Clubes de Bonecos. Depois é a vez das Escolas de Samba: Rebeldes, Limonil, Gigantes do Samba e Galeria do Ritmo. Isso é apenas um resuminho da festa, pois ela está pipocando em todos os lugares, inclusive nos polos descentralizados e até em parques, como o das Graças, que hoje tem programação sofisticada, dentro do Graças Instrumental: Neris Rodrigues e o Trombonando (17h30m) Henrique Albino (18h50m), Nelson Broderode (20h10m) e , por fim, o pianista Amaro de Freitas (21h30m).
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Acervo #OxeRecife