Ruas da Boa Vista sem camelôs

Compartilhe nas redes sociais…

Tenho evitado muito ir ao centro do Recife. Mas há demandas, que só indo até lá. Por exemplo: substituição rápida de uma lente de óculos, plana, é verdade. Mas nas óticas de Casa Forte me deram um prazo de quatro a dez dias, para confecção de algo tão simples. Fui na Boa Vista, no Pronto Socorro dos Óculos. Em uma hora, resolvi tudo que precisava. E ainda contei com serviços extras: ajuste em hastes, desempeno de armação. Nessa ida, aproveitei para observar como  anda aquela tão degradada parte do Recife.

E aí, uma coisa boa. Fiquei surpresa com a situação da Rua Sete de Setembro e também da Imperatriz. É que ao contrário da última vez que estive nessas duas vias, agora se pode andar pelo passeio público. Estavam completamente livres da presença de camelôs, na semana passada. Na Sete de Setembro, assim mesmo, encontrei próximo à Rua da Imperatriz quatro carrocinhas, que vendem de tudo. De artigos de couro a eletrônicos. Achei, no entanto, que a Imperatriz carece de humanização. Plantas (nada que jarros não resolvessem) e banquinhos para a população descansar. Se os ambulantes sumiram com suas mercadorias, agora há os gritadores ambulantes.

Rua Sete de Setembro teve camelôs retirados, mas oferece riscos para pedestres, como se observa perto da Imperatriz.

São funcionários de lojas que ficam na rua, gritando para os passantes. “Óculos baratos, pelo mesmo preço do Lafepe”, anunciam. Oferecem até brindes de remédios de uso contínuo, “leve dois e ganhe um de graça”. Na realidade, remédios que constam na lista de gratuitos do governo, e que deveriam ser oferecidos sem ônus para a população. Caminho mais um pouco, passo ao lado da Rua da Matriz. Como eu, qualquer pessoa que transita por ali, tapa o nariz, devido ao insuportável cheiro de urina. Um vendedor espalha suas frutas pelo chão, no meio do fedor e junto do esgoto (cadê a saúde pública?

Passo pela Praça Maciel Pinheiro (ainda suja, degrada e com mendigos utilizando seus bancos como moradia). Na Rua do Aragão, totalmente destituída de árvores que a humanizem, constato calçadas em surpreendente bom estado. Geralmente cuidadas por comerciantes, daquele conhecido ponto de comercialização de móveis. Mas retornando pela Rua Sete de Setembro, observo que o revestimento da parte destinada a pedestres está desgastado, com pedras soltas e oferecendo riscos de queda aos pedestres. O que, em se tratando do Recife, é a regra.

Texto e fotos: Letícia Lins /  #OxeRecife

Continue lendo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.