Risco de explosão em estação ecológica

O alerta vem da Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh). Como se não bastasse o descarte irregular de lixo no entorno da Estação Ecológico de Caetés, a prática não só coloca em risco a vegetação da Esec como pode ameaçar a vida das pessoas que moram ou passam ali perto. É que a mania de botar fogo no lixo pode provocar uma explosão de gasoduto, já que uma tubulação de gás passa na área.  A Esec fica no município de Abreu e Lima – na Região Metropolitana do Recife – e sua criação surgiu a partir de mobilização da própria comunidade, que rejeitava  a implantação de um lixão no terreno desocupado.

No entanto, criada a Esec, a própria comunidade está transformando o seu entorno em um depósito de detritos. Para combater o problema e evitar que uma tragédia de grandes proporções aconteça, a Cprh, por meio da Unidade de Gestão das Unidades de Conservação (Uguc), vem intensificando a fiscalização na região. A ação conta com apoio de policiais da Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma). E visa flagrar, orientar e, até mesmo punir os responsáveis pelo crime ambiental.

“Estamos fazendo várias rondas no entorno da Esec, orientando os moradores locais e transeuntes, sobre os prejuízos ao meio ambiente e à saúde, com o descarte irregular de lixo e com as queimadas”,  revela o gerente da Uguc, Gleydson Castelo Branco. “Além das rondas ostensivas, a Cprh pretende ampliar o raio de atuação das abordagens e partir para conscientização da população por meio de visitas domiciliares”. A ideia é fazer um trabalho de “formiguinha” junto aos moradores e comerciantes locais. É o jeito, se não resta outra alternativa.

“Pretendemos conscientizar a população local sobre o destino correto dos resíduos sólidos e da necessidade de se proteger a Esec Caetés que, afinal de contas, foi criada depois de a população local impedir a inauguração do aterro sanitário nessa mesma área”, explica o gestor da Cprh. Nunca é demais lembrar: O descarte irregular do lixo- lançar resíduos sólidos ou rejeitos in natura a céu aberto – é considerado crime ambiental, de acordo com Lei Federal nº 9.605/98. As penas previstas para pela Lei de Crimes Ambientais variam de acordo com a gravidade da infração.  “Causar dano direto ou indireto às unidades de conservação pode implicar, também, na pena de um a cinco anos de reclusão”, ressalta o gestor, adiantando que a multa por lançamento de lixo e por provocar incêndios, varia de R$ 50 a R$ 50 milhões, dependendo dos impactos causados, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a saúde pública e para o meio-ambiente. A Prefeitura de Abreu e Lima não está vendo isso não? Cadê a consciência ambiental do povo, meu Deus?

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação / Cprh

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