Rio Tapajós ganha abraço e árvores

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Nesses tempos de revisão do Código Florestal (para pior) e de liberação de compra de armas para caçadores (os criminosos matadores de animais silvestres) – que horror – nada como ressaltar iniciativas em defesa da nossa Mãe Natureza. E uma das ações mais bonitas que ocorrem no Brasil  por esses dias será o Abraço Ecológico ao Rio Tapajós, que acontece em Santarém no Dia Internacional do Meio Ambiente. Estive em novembro do ano passado em Santarém,  fiz trilhas em suas matas, naveguei pelo Tapajós, mergulhei em águas cristalinas nos igarapés e passei uns dias na maravilhosa Alter do Chão, um presente generoso que Deus nos deu.

Como apaixonada por todos os rios do mundo  e ainda mais por aqueles que ainda nos dão o benefício do banho – como o São Francisco, o Tapajós e o Capibaribe do veraneio de nossos avós – faço questão de registrar a iniciativa da Baderna, programada para 5 de junho, no Pará.  Se eu pudesse, estaria lá, abraçando o Rio Tapajós.  Baderna – o nome é estranho – mas é como se chama a Brigada de Amigos Defensores da Ecologia e dos Recursos Naturais da Amazônia, grupo de ambientalistas, cujo objetivo é plantar um milhão de árvores naquela região. Como amo as árvores, faço questão de registrar os passos da Baderna, no seu esforço de devolver à floresta as nossas silenciosas irmãs que sucumbiram às madeireiras, aos projetos agrícolas e à abertura de estradas, como a Transamazônica e suas ramificações. E que vão sucumbir mais, caso sejam implementadas mudanças nas leis ambientais pretendidas por um grupo de gente insana.

Na próxima quarta-feira, a Baderna faz um mutirão para distribuição de mudas de plantas nativas da Região Norte.  Às 14h, começa a organização e transporte de mudas para a orla de Santarém, banhada pelo Tapajós. Às 16h, ocorre o desembarque das mudas. E às 18h, elas começam a ser distribuídas à comunidade. A Baderna é resultado do empenho do professor e biólogo Pedro Paulo Siqueira Ferreira (foto acima) e seus colaboradores (foto ao lado), com quem costumo trocar informações. Caso você queira contribuir com o esforço de plantio na Amazônia pode fazer doações em nome da Baderna, na Caixa Econômica Federal (0026 – 013 – 0007-867 – 8).  Qualquer valor será bem vindo. A Baderna conta apenas com a boa vontade do seu voluntariado. Pedro Paulo lembra que hoje a floresta amazônica tem mais de 1 milhão de predadores.

Baderna produz 100 mil mudas anuais, em sua base de produção, na comunidade Cucurunã, em Santarém, a 1449 quilômetros de Belém. As mudas são repassadas a associações, escolas, pescadores, lavradores da agricultura familiar, indígenas, quilombolas das zonas rurais e urbanas. Gente que sabe da importância da natureza para suas vidas. As mudas somam 146 espécies e só nos dois primeiros meses de 2019,mais de 12 mil já haviam sido plantadas. Em suas aulas e cursos, o biólogo costuma enumerar 30 motivos para se plantar uma árvore. Um deles:  “As árvores, ao sequestrarem o gás carbônico do meio ambiente, controlam o efeito estufa, reduzem o aquecimento global e as mudanças climáticas. Desta forma, amenizam a intensificação e a força destruidora dos fenômenos naturais”. Bem lembrado, não é não? E nossas autoridades em Brasília parecem não saber a importância disso. Desde janeiro, não vi uma só iniciativa do governo federal em em benefício do nosso patrimônio verde. E a situação fica todo dia pior. Então, viva a Baderna. E viva, também, a ações como a que ocorre no Recife, onde o objetivo é plantar 10.000 mudas, na chamada Maratona Verde, para assinalar o transcurso do Dia Internacional do Meio Ambiente.  E viva à Natureza.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Baderna / Divulgação

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