Recife: Saudade e tambores silenciosos

No Recife, tradicionalmente a segunda-feira de carnaval é dedicada ao encontro de blocos à antiga, que revivem o glamour dos carnavais passados. São os chamados blocos líricos, cujas orquestras são movidas a instrumentos de pau e corda, e nos quais os integrantes usam fantasias que abusam das lantejoulas, dos paetês, das plumas, do brilho.  A partir das 15, eles começam a desfilar pelas ruas do Bairro do Recife, onde ficam dois dos maiores polos da folia da capital do frevo: o do Marco Zero e o da Praça do Arsenal. Hoje não haverá rua naquela área da capital onde não passe um bloco  cantando o romantismo dos carnavais de outrora.

 

A partir das 15h, desfilam 24 blocos à antiga, como os da Saudade, Flor de Eucalipto, Pierrot de São José (foto), Eu quero mais, Flabelo Encantado, Confete e Serpentina, Com Você no Coração, das Ilusões, Compositores e Foliões, Flabelo Encantado. Ainda para reviver a música dos antigos carnavais, o Coral Edgar Moraes se apresenta no Marco Zero (20h), por onde passam, também, Beto Ortiz, Cascabulho e Cordel do Fogo Encantado, Zezé Mota, Tony Tornado, Daúde e Alceu Valença. No Arsenal, destaque para Almério e Banda de Pau e Corda.

No Rec-Beat, no Cais da Alfândega, passam pelo palco DJ Linda De Morrir (PE), Sofia Viola (Argentina), Amaro Freitas (PE), Tim Blake (Inglaterra), Edgar (São Paulo) e Eddie (PE). Na Rua da Moeda, a  partir das 18h, passam onze artistas ou grupos dedicados ao samba. Para quem gosta de brincar carnaval de dia, a melhor opção do Recife é o Mercado da Boa Vista, pelo qual passam – a partir das 10h – terá animação de orquestras de frevo, batucadas de samba, e até a presença de Beto do Bandolim. À tarde, chegam os blocos Empatando Tua Vista e o Bloco do Nada. Ali pertinho, na Praça Maciel Pinheiro, tem concentração do Bloco da Saudade, para ganhar as ruas do Recife.

Outro destaque do Recife, hoje, fica no Pátio do Terço, com a Noite dos Tambores Silenciosos, quando se presta homenagem aos nossos ancestrais negros, dos tempos da escravidão. Nada menos de 16 maracatus participam da cerimônia. Eles começam a chegar a partir das 20h, mas é à meia noite que acontece o silêncio dos tambores e alfaias. Em Olinda, é dia do Acho é Pouco, versão infantil, que se concentra a partir das 9h, na Rua de São Bento. E a partir das 10h, começa a concentração da Pitombeira dos Quatro Cantos, que à tarde invade as ruas de Olinda.

 

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins e Divulgação/ PCR

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