Taí, uma notícia boa. Gostei muito de saber que o chamado Jardim do Baobá não vai ficar sozinho, já que foi lançada uma nova etapa do Parque Capibaribe pela Secretaria de Meio Ambiente do Recife. Como vocês sabem, o Parque Capibaribe – Caminho das Capivaras pretende humanizar as margens do nosso rio, transformando o Recife em uma cidade-parque. A intenção é que em 2037 – quando nossa Capital completa 500 anos – a proporção de área verde por habitante gire em torno de 20 metros quadrados.
Hoje, essa proporção não passa de 1,2 metros quadrados. E do jeito que a coisa vai, com a devastação do verde e a destruição de nossas árvores – quase cinco mil erradicadas desde 2013 – a tendência é que o Recife fique cada vez mais quente e mais árido. Com o Parque Capibaribe, quem sabe, não teremos uma cidade de clima mais ameno? Tomara. O projeto prevê a implantação de ciclovias, áreas de convivência, jardins e praças ao longo de 30 quilômetros, às margens do nosso “Cão Sem Plumas” (no dizer de João Cabral de Melo Neto).
Pois bem, sabe qual é o meu temor? Que o tão cantado Parque Capibaribe tenha o mesmo destino de nossos parques e nossas praças. Querem saber do que estou falando? É só dar uma passadinha no Parque da Macaxeira, no Maximiano Campos, no Caiara, na Praça de Casa Forte, na Praça do Arsenal, para que se observe a total falta de cuidado do poder público para com nossas áreas “verdes”. A grama inclusive secou. Secou não, morreu mesmo. Plantas morrem aos montes. Dêm, também, uma olhadinha nas margens laterais do Canal da Avenida Agamenon Magalhães. Viraram um barro só. Por acaso alguém já viu algum caminhão tanque regando alguma dessas áreas. Antes era comum observar esse tipo de iniciativa em áreas públicas.
Querem mais? Façam o que fiz hoje. Passei no Jardim do Baobá. Pois fiquei decepcionada com o “tratamento” imposto à vegetação. O gramado secou, está tudo marrom. Os canteiros estão com as plantas morrendo, até mesmo o pau-de-jangada vem sucumbindo à falta de aguação. O pau-de-jangada é uma árvore ameaçada de extinção, cuja madeira servia para fazer as famosas embarcações do litoral nordestino, hoje quase totalmente confeccionadas por materiais sintéticos. De verde mesmo, o que sobra é o baobá, essa árvore centenária, que resiste bravamente às intempéries da natureza, e que tem origem na África. Também verde é o manguezal que fica nas terras úmidas à beira do rio. O caminho que leva o pedestre da Avenida Rui Barbosa até o Jardim tem canteiros sem uma planta sequer. Nem sei se plantaram. Mas se plantaram, elas já morreram da mesma doença das outras, vista em praças, parques e jardins: falta de cuidado. Jardim que é jardim, tem que ser verde. É ou não é? #OxeRecife.
(Fotos: Letícia Lins / #OxeRecife)
O Restaurante e moradores do entorno não dão a mínima. Falta muito pro povo entender que uma praça, um parque, uma calçada.. rua… devem ser cuidados e preservados por ele mesmo antes de tudo.