A peleja da Emlurb com os porcalhões

Justiça seja feita. No último sábado, durante o percurso das Caminhadas Domingueiras, vi  muitos garis e caminhões da Emlurb em faxina na margem do Rio Capibaribe, na Rua Leonardo Bezerra Cavalcanti, perto do Museu Murilo La Greca, onde restaurantes, condomínios de luxo, e até escolas costumam deixar lixo: metralhas, móveis, papel. Passo quase diariamente caminhando, ali, e não vejo a hora de se jardinar logo aquilo tudo.  Porque jogada, do jeito que  a margem do  Rio  está,  porcalhões de plantão se sentem no direito de fazer no local o seu despejo. Um horror, uma total falta de exercício da cidadania.

Na Praça de Apipucos, também houve faxina, na última terça-feira. E era tanto lixo acumulado – folhas, em sua maior parte – que dezenas de sacos pretos ficaram amontoados na calçada, à espera da coleta.  A última reforma  da Praça de Apipucos ainda foi no governo Roberto Magalhães, no século passado. Ele  foi prefeito entre 1997 e 2000. Desde então, a Praça perdeu um vigia, jardineiro e zelador, que até hoje não ganhou substituto. No verão, a vegetação está morrendo, como na maioria das praças recifenses. A Emlurb limpou, mas não restaurou o gramado, o que é uma pena, pois o local era um dos mais pitorescos da Zona Norte. No momento, está quase às escuras, porque cinco dos postes que ficam nas duas ruas que margeiam a Praça encontram-se com lâmpadas queimadas ( ou com com defeitos na instalação).

Um dia após a limpeza da Praça de Apipucos, já tinha lixo descartado no local. A coleta passou, mas os resíduos espalhados ficaram.

O calvário da  Praça de Apipucos, no entanto, não é só a falta de carinho do poder público. Ela padece dos maus  hábitos dos frequentadores. Dia desses, recolhi em apenas uma manhã, mais de 30 garrafas PET que estavam jogadas ao lado dos bancos (que por sinal, foram consertados e pintados há algum tempo pelos moradores). Também há donos de cães que levam os animais para fazer as necessidades na Praça, como se ali fosse local para deixar cocô. Tem gente que reclamado muito, mas os donos dos totós não gostam.  Até ironizam os “donos da rua”. Essa semana, três cavalos “pastavam” no gramado seco e recém aparado.

Um dia após a limpeza feita pela Emlurb, já tinha lixo espalhado na própria Praça. Isso porque tem quem faça descarte antes do horário de passagem da coleta. Aí vem cachorro, cavalo, catador espalha tudo,inclusive o fedor de coisa azeda.  Do outro lado, na subida da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, a bagunça está grande, porque quem faz a reforma em casa, atira as metralhas nas encostas, o que tem inclusive destruído a cobertura vegetal da encosta o que, em um futuro próximo, pode provocar erosão e até risco risco de deslizamento. Pelo que se vê, o Recife está virando casa da Mãe Joana. E o poder público precisa apertar com mais rigor quem suja as ruas, aplicando multas. Porque, parece, muitas pessoas só tomam jeito quando o estrago dói no bolso.

Leia também:

Apipucos pede socorro
Praça renovada no Poço da Panela
Nem boi faz pasto na Praça José Vilela
Lixo fecha calçadas
Praça Tiradentes é a exceção da regra
O oásis do Hipódromo
Bagunça no Mercado da Madalena
Praças viram terra de ninguém
Em defesa de nossas praças

Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

Continue lendo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.