Pedestres são barrados em calçada fechada com portão de ferro. Cadê a fiscalização da Prefeitura?

Quem costuma andar a pé pela cidade, como é o meu caso – seja em caminhadas solitárias ou em grupo – sabe muito bem qual é a situação de nossas calçadas: desníveis, buracos,  tampas de galerias pluviais esfareladas com ferragens expostas, galerias pluviais destampadas. Porém, às vezes a  gente se defronta, também com apropriação totalmente indébita do espaço público. Sinceramente, cadê o controle urbano da cidade?

E as ocupações são variadas. Há algum tempo o #OxeRecife denunciou aqui nesse espaço uma agência de automóveis na Avenida Recife que usava as calçadas frontais e laterais para expor suas mercadorias. Quem quisesse passar tinha que ir para o asfalto, disputar espaço com motos, ônibus e carros (foto abaixo). De outra, na Várzea, encontrei uma verdadeira “piscina” no espaço onde deveria ser o passeio público.

Essa agência só tomou jeito de desocupar a calçada depois da denúncia do #OxeRecife: Pedestre totalmente sem vez tinha que apelar para o asfalto

Agora, andando por uma das mais icônicas vias do Poço da Panela, onde ainda há imóveis seculares, descobri um portão de ferro vedando o acesso dos pedestres na Rua Luiz Guimarães. Trata-se de uma grade que impede a passagem de qualquer mortal. Na outra extremidade da mesma calçada, há uma escultura gigantesca do escultor Abelardo da Hora, em concreto, que também toma todo o espaço do pedestre.

No caso da agência de automóveis da Avenida Recife, após a denúncia aqui no #OxeRecife, alguém de direito deve ter tomado uma providência, porque as mercadorias foram retiradas das calçadas, segundo observei na semana seguinte quando passei pelo local para ir à praia. Com relação à “piscina” da Várzea,  não mais lá passei e não sei como está hoje. E essa bagaceira aí no Poço da Panela vem mobilizando os moradores, que estão indagando a razão da omissão da Prefeitura, em um caso absurdo como esse.

De acordo com moradores do Poço da Panela, “ a gente não tem direito de usar uma calçada” e muitas vezes precisa caminhar pelo asfalto, inclusive sujeito a banhos de lama, quando passam os motoristas mal educados. Infelizmente esses casos são cada dia mais frequentes no Recife, e provavelmente por falta de uma boa fiscalização e punição para os infratores A gente  vê toda sorte de abuso: ruas fechadas, espaços públicos ocupados, territórios demarcados por flanelinhas ou proprietários de automóveis, carros parados sobre as calçadas, impedindo até mesmo entrada e saída das garagens.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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