Tem jeito não. Lá vou eu falar do mesmo assunto de novo. Mas, sinceramente, não conheço nenhuma cidade, onde se veja tantas árvores “assassinadas”, como ocorre no Recife, onde – a cada esquina – a gente encontra um toquinho no meio do caminho. Ou um toquinho, ou um tronco sem galhas e, em consequência, sem folhas. E sem folhas, a árvore não tem como fazer a fotossíntese e …. morre.
Essa semana, me defrontei com mais uma “vítima” do “genocídio oficial”, na Avenida Rui Barbosa, bem pertinho do Cais da Jaqueira. Desde que assumiu a Prefeitura, a atual gestão já “erradicou” quase 5 mil árvores, segundo a Emlurb. Prejuízo para o meio ambiente e para a população, claro. Já tem até pichação nos muros da cidade, com o célebre apelo “Parem de derrubar árvores”. Internautas que acompanham o #OxeRecife reclamam das gestões públicas e da própria população.
“Reconheço que ele é péssimo, no quesito arborizar a cidade”, afirma a internauta Lara Cristina, em correspondência pelo Facebook. Ela se refere ao Prefeito Geraldo Júlio (PSB). Mas reconhece que, em certas áreas, houve esforço de arborização. “No ano passado, a Prefeitura plantou várias árvores na Rua Doutor José Maria”. Mostra que zela pelo verde. “Falei nos prédios para as pessoas aguarem as mudas e cuidarem. Até hoje, caminho com meu cachorro e uma garrafa de três litros para salvar uma, perto da Drogasil”.
Mas se mostra triste com a falta de cuidado da própria população. “Ninguém fez nada. Ninguém jogava nem uma aguinha”. Adelma Nobre culpa o poder público. Refere-se à matança das árvores como “triste e antiga realidade”, que é “fruto de sucessivas gestões irresponsáveis, ignorantes e predatórias”. O pior é que os cortes, as podas radicais e as erradicações são tantas, que as pessoas nem se tocam mais. Virou normal, ver tantas árvores “assassinadas” nas ruas. Eu não consigo me acostumar, com esse “genocídio oficial”.
(Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife)
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