Ovo de Páscoa não deu para quem quis

Apesar da pandemia e do isolamento social, pelo menos uma tradição foi mantida à risca neste Domingo: a troca de ovos de Páscoa. Como tenho evitado sair – só mesmo quando necessário – terminei sem comprar a iguaria. Nem para os filhos, nem para os netos, nem para os amigos. E muito menos para consumo próprio. Mas quando chegou a tarde, bateu aquela vontade de comer um daqueles cheios de recheio de brigadeiro.

Minha filha Joana Carolina – desde o início da pandemia não a vejo, nem os netos –  ia no Pão de Açúcar, e prometeu por vídeochamada. “Mãe, passo aí na sua casa, nem desço do carro, mas é só para levar seu ovo de Páscoa”. No início da tarde, ela me telefona, desapontada: “Não tinha nenhum mais na loja”. Tudo bem. Mas aí a vontade apertou. Acho que porque estava difícil.

Como passei a semana noticiando os serviços delivery ,  aqui no #OxeRecife, resolvi apelar. O telefone para entrega das Lojas Americanas do Plaza Shopping nem sequer atendia. Liguei para uma loja da Cacau Show  mais próxima à minha residência, onde uma amiga havia comprado o dela no sistema entrega em casa. “Não temos mais nem um ovo”, me diz a moça que atende ao telefone.

Aí tento o Shopping Tacaruna, que é longe que só, perto de Olinda.  ‘Boa tarde, é da Cacau Show“?, indago confundido os telefones. “Não, aqui é da Kopenhagen“. E aí, gulosa, faço meu pedido. “Lamento informar, não temos nem um ovo de Páscoa mais”. Sem problema, amanhã como um Alpino ou um Sonho de Valsa. Não são ovos de Páscoa, mas estão entre dois dos meus doces preferidos. Ainda bem que em meio à pandemia e ao confinamento, com todas as lojas fechadas, tem gente que está ganhando dinheiro. E  o que é melhor, comemorando a Páscoa, com sabor de chocolate. Eu fiquei só na vontade….

Mas… eis que por volta de 20h minha filha Joana Carolina telefona, dizendo que vai passar para me dar um “presente” de Páscoa. Conseguiu um ovo com um desses aplicativos de entrega. Veio entregar-me, conversamos por quase 40 minutos na porta de casa, a cerca de três metros de distância. Sem a presença dos netos queridos. Os abraços e beijos ficam para depois da pandemia.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife

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