“Doutora, eu nunca tinha ido ao teatro. Hoje é a primeira vez, e vou dizer uma coisa à senhora: teatro é muito divertido, pois me diverti muito”. Foi assim, que uma feirante abordou a atriz Nilza Lisboa, ao final da encenação de Obsessão, no município de Jaboatão dos Guararapes, vizinho ao Recife. O diálogo me foi revelado pela própria Nilza, durante uma manhã de sol na praia de Boa Viagem.
E mostra a importância de eventos como o Janeiro de Grandes Espetáculos, que entrou neste ano em sua 26ª edição. O festival nasceu no Recife, ampliou-se para a Região Metropolitana e chegou ao interior. Em 2020, o Janeiro esteve em Camaragibe, Jaboatão, Goiana, Caruaru, Garanhuns e Serra Talhada. Ou seja, espalhou-se pela Região Metropolitana, Agreste e Sertão. Foi uma oferta de cerca de cem espetáculos, a maior parte de peças teatrais (houve shows musicais também). Pasmem: das 92 montagens exibidas, 80 são pernambucanas. O que mostra que o cenário teatral no Estado é vicejante. E foram boas produções.
De parabéns, mais uma vez, a Associação de Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), devido ao esforço muito válido pela democratização do teatro, nesses tempos de obscurantismo cultural. O festival, cujos preços são bem populares, leva o teatro a plateias pouco habituais nas casas de espetáculo convencionais como o Teatro Santa Isabel (no Centro) e o Luís Mendonça (em Boa Viagem). E já que o povo do interior não vem a teatros como estes, o teatro vai a eles. Até amanhã, 19 espetáculos ainda serão encenados, entre o Recife e o interior. E Obsessão, que tanto agrada a “gregos e troianos”, dessa vez se apresenta em Garanhuns, a 230 quilômetros do Recife. Será no domingo (2/2), às 18h, no Teatro Reinaldo de Oliveira. A programação toda você confere no site www.janeirosdegrandesespetáculos.com
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação
