O primeiro Réveillon sem praia suja

Na noite da virada, povo até que foi a praia, mas em pequenas quantidades,  sem aquela multidão dos anos anteriores, quando a avenida é tomada por milhares de pessoas de branco, para festejaro ano novo. Por conta da pandemia, foi proibida a colocação de mesas, cadeiras, toldos, comércio ambulante e tudo que pudesse sugerir aglomeração, afim de evitar a disseminação do coronavírus.

Só teve uma coisa boa nisso tudo: a praia de Boa Viagem amanheceu mais limpa do que no réveillon anterior. A natureza agradece. Infelizmente, todos os anos, a  festa acontece sem uma campanha educativa, orientando ou motivando a população para não emporcalhar a areia nem o mar. O resultado é que no dia 1 de janeiro, geralmente um batalhão de garis da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) é mobilizado para recolher a “herança” deixada pelos porcalhões. Também nunca há disponibilização de lixeiras em quantidade suficiente nem uma parceria com catadores, como ocorre no carnaval de Olinda.

Resultado, todo 1 de janeiro, Boa Viagem amanhece parecendo um lixão. Normalmente são quase 500 trabalhadores, recolhendo cerca de 60 toneladas de lixo deixadas no asfalto e na areia. Em 2020, com a proibição de festas à beir-mar, a quantidade de lixo encontrada na manhã dessa sexta-feira(1/1) foi bem menor. Nem de longe lembrava a montanha de detritos de viradas anteriores. Ficaram em casa as garrafas de champanhe e vinho, as latas de cerveja e refrigerantes, as garrafas pet, os restos de comida que inclusive costumavam atrair ratazanas ao calçadão e até mesmo à areia.

Hoje, quem foi caminhar aproveitando a maré baixa, percebeu que realmente esse réveillon não foi igual a aquele que passou. Ou a aqueles que passaram. Esperamos que o novo gestor trabalhe melhor do que o anterior a questão ambiental. Inclusive na praia. Que seja mais rígido com ambulantes que não prezam pela limpeza do maior cartão postal da Zona Sul, a praia de Boa Viagem. Que faça operações conjuntas com a Vigilância Sanitária e a Dircom. Sinceramente, fiscalizar quem não faz o dever de casa na praia não é difícil. Até porque,  os ambulantes que sujam a areia, são sempre os mesmos em Boa Viagem. É notifica, advertir, punir, cassar licença para quem não toma jeito. Sem isso, fica tudo como está. O prefeito João Campos (PSB), que assume hoje, precisa dar uma voltinha na orla, depois das duas da tarde. Aí vai ver como muitos comerciantes continuam jogando lixo na areia. Impunemente.

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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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