O bolo de rolo de Caruaru é mesmo o maior do mundo ou é propaganda enganosa?

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Quando fui informada que entre as iguarias gigantescas do São João de Caruaru constava o “maior bolo de rolo do mundo”, fiquei imaginando como se poderia produzi-lo em proporções tão imensas, pois até para fazer em casa dá muito trabalho preparar aquele que é hoje patrimônio imaterial de Pernambuco.  E que é tido como uma das mais deliciosas sobremesas que se tem conhecimento. Prepara-se as camadas, uma a uma, leva-se ao forno, coloca-se o recheio e depois se faz um rolo, como maior cuidado para a massa não quebrar. De rolo em rolo, o bolo vai tomando volume e termina naquele prato tão apreciado. Ao receber as fotos do “maior bolo de rolo do mundo”, constatei – no entanto – que, na verdade, são muitos bolos, de tamanho normal, que são expostos em uma grande mesa, um junto do outro. E não um “bolo gigante”, como é anunciado.

Propaganda enganosa? Nem tanto. Mas a atração deveria ser “vendida” como “o maior ajuntamento de bolos de rolo” e  não como “o maior bolo de rolo do mundo”, não acham? Porque, na verdade, são muitos bolos, dispostos sobre uma mesa superdimensionada. Em todo caso, preparar o quitute em quantidade tão grande tem o seu mérito. E ele é de Aldemari Carvalho, carinhosamente conhecida como dona Alda, boleira de mão cheia, e que mantém até hoje a tradição. Tanto é que desde 2014 faz a “versão agigantada” da sobremesa em Caruaru durante os festejos juninos.  Curuaru, cidade localizada a 130 quilômetros do Recife, orgulha-se de fazer “o maior São João do mundo”. Então, tudo tem que ser gigantesco mesmo. E a festa do “bolo de rolo gigante” é realizada na Rua Barão de Caruaru, no Bairro do Salgado. E faz parte do Circuito de Comidas Gigantes que,nessa época do ano, movimenta a cidade onde tem até Associação de Idealizadores de Comidas Gigantes.

Dona Alda prepara muitos bolos de rolo e, juntando todos, a extensão com a iguaria chega a 20 metros de comprimento.

Com relação ao bolo de rolo, tudo começou quando Thaís Carvalho, filha da dona Alda, incentivou a mãe a participar do evento. junino.  A boleira já fazia a receita para vender, mas ficou na dúvida se comprava ou não a ideia. “Eu pensei se daria certo uma versão gigante, porque é muito bolo”, lembra ela. Junto com o irmão, Adalberto Fausto, Alda conseguiu patrocinadores e realizou a primeira edição com um bolo pesando 88 kg. Na edição deste ano, os bolos, somados, tiveram mais de 20 metros de comprimento e 1.200 quilos. Como as outras versões gigantescas da culinária junina de Caruaru, o bolo de rolo é distribuído em fatias para quem passa pelo local. O evento do Comidas Gigantes começou em maio e ocorre durante todo o mês de junho. Cada dia, aparece uma comida imensa. Entre elas: cuscuz, um pé de moleque, canjica, pamonha, pipocão, quentão, mingau de milho, munguzá e por aí vai….

Mas Alda dá sua versão doméstica para a iguaria, em quantidade que dá para cinco bolos. Na massa, ela usa 200g de manteiga, 200g de açúcar 6 gemas, 200 g de farinha de trigo, 6 claras em neve. Já o recheio leva 500g de goiabada, 1/2 xícara de água, Açúcar para polvilhar. Ela bate na batedeira a manteiga e o açúcar até formar um creme homogêneo. Em seguida, acrescenta as gemas e continua batendo até ficar bem cremoso. Depois, acrescenta à massa a farinha e por último as claras em neve. Coloca cinco a a seis colheres de massa para assar individualmente em uma fôrma retangular untada e enfarinhada. “É importante que as camadas do bolo fique bem finas”. Depois, coloca no forno pré-aquecido por aproximadamente cinco minutos. A receita dá para aproximadamente cinco bolos. Após assar os bolos, vire-os sobre um pano úmido polvilhado com açúcar. Reserve. Para o recheio, é só levar a goiabada fatiada junto com a água ao fogo até ela amolecer, formando uma geleia mais líquida. Para a montagem, é só passar uma camada fina de goiabada em cada bolo, e ir enrolando em um bolo só com o auxílio do pano. Para finalizar, polvilhe com açúcar.  O evento do Comidas Gigantes, que tem patrocínio cultural da margarina Primor.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação

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