O antes verde campus da UFPE está cada dia mais seco. Situação triste!

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Nem só de praças e jardins (que são geridos pelo município) vive a vegetação ressecada do Recife, nesses tempos de verão em que a devida aguação não é efetuada. Pessoas que caminham e praticam esportes pela manhã no campus da Universidade Federal de Pernambuco reclamam que o bonito gramado verde desapareceu nesses dias quentes. E, claro, caminhar no meio de um um mato seco, não dá o mesmo prazer que a gente sente quando anda cercado de verde por todos os lados.

Como se não bastassem alguns parques e praças da cidade, o antes exuberante campus da UFPE está de fazer pena. Seus canteiros só mostram folhas secas. Tirando as árvores já adultas que seguram o tranco do verão, as plantas decorativas, as mudas e a grama já eram.  Uma das pessoas que lamenta a paisagem é o aposentado Carlos Alberto Alves da Silva, que costuma caminhar por ali e que tem a saudável mania de plantar mudas por onde passa. Já foram mais de mil, boa parte delas no campus da UFPE, onde chega a ser confundido com professor da entidade, diante de tanta dedicação. “Os pontos mais críticos são o canteiro central, a porta de entrada da UFPE e a pista de Cooper”, reclama. Ele tem razão, passei por lá nesta semana e vi a desolação. Está feio mesmo. No canteiro central inclusive não existem torneiras, e a aguação era feita com um mini pipa puxado por um tratorzinho. Mas o que se apurou é que o tratorzinho está quebrado.

O equipamento está fora de circulação há dois anos. Sem manutenção, sobra para os jardins e canteiros, também sem manutenção. Tem mais, pode até ter água na torneira. Mas algumas  estão quebradas, como ocorre na pista de Cooper. Das oito, só duas funcionam. E não há mangueiras para a água correr. Triste com o que vê, inclusive o padecimento das mudas que plantou com tanto carinho, Carlinhos – como  é chamado  pelos amigos – resolveu molhar as plantas mais necessitadas. “Nâo consigo dar conta, o campus é enorme”, lamenta,enquanto tenta salvar, pelo menos, o que plantou. Mas, garante, está difícil.

Tão aprazível em anos anteriores, o campus da UFPE infelizmente está bem diferente dessa paisagem de 2022

Ele diz que há alguns oásis, como os  jardins do Centro de Informática.  Visto como “cricri”, quando o assunto é defesa do verde (eu também sou cricri…) ele já apelou para todas as esferas da UFPE para evitar que as plantas dos canteiros morram de inanição. De sede. Mas a desculpa é que o orçamento da UFPE está muito limitado. “Já fui a quase todas as esferas denunciar, a última foi a Ouvidoria”. O #OxeRecife encaminhou os questionamentos à assessoria de imprensa da UFPE na semana passada. Mas até o momento a resposta ainda não chegou.

Em 2022, depois de muito caminhar pelo campus, publiquei uma postagem aqui no Blog chamando a área verde tão exuberante de “Central Park da Zona Oeste do Recife”. Infelizmente, já não podemos dizer o mesmo. Na última vez em que lá estive até o famoso laguinho, um dos locais mais pitorescos da Universidade, estava quase seco. Uma pena.  Não é brincadeira, gente, nesses tempos de mudanças climáticas e aquecimento global, a manutenção do verde da cidade não pode ficar em segundo plano. Tanto na iniciativa pública quanto na privada. É o verde que garante o ar que eu, você, todos nós respiramos.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Carlos Alberto Alves da Silva e Acervo #OxeRecife

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6 comments

  1. Muito triste a situação do Campus !
    Também nas praças a situação sempre repete,com o gramado e jardins totalmente secos.Não se vê nenhuma ação da prefeitura para amenizar a situação. Nada de cuidado ,manutenção e prevenção.Mas sim negligência ,abandono e falta de planejamento mínimo.
    O resultado é esse deserto imenso …

  2. Uma triste realidade essa que vivemos Letícia. Numa cidade tão carente do verde, de tanto concreto e asfalto, o pouco do verde, se deixa morrer. Mais água por favor

  3. Problema orçamentário, todo órgão passa, o que falta é atitude e vontade. A administração da UFPE poderia convocar um mutirão para consertar esse veículo do mini pipa ou fazer um convênio com a prefeitura da cidade do Recife, para ajudar nesse caso e fazer a aguação. Dois anos quebrado, é muita inépcia e falta de vontade e criatividade.

  4. É lamentável o descaso que alguns teimam em manter quanto à preservação do meio-ambiente. Atitudes simples, atos de caridade deixam de serem colocados em prática por conta de uma indiferença que prejudica tanto a estes inconsequentes quanto a toda uma coletividade. Vamos abrir os olhos, o aquecimento global é uma realidade, não um presságio!!!!!

  5. Como a sociedade gosta de visitar cidades bonitas e preservadas. Mas quando é a nossa própria cidade, ficamos indiferentes aos seus problemas. Não é possível que a gente não tenha entendido, em pleno século XXI que dependemos do meio ambiente para termos qualidade de vida. Cidade Verde é cidade bonita,paisagisticamente, e cidade saudável! Comunidade acadêmica e moradores adjacentes da UFPE, Salvem o verda da universidade!

  6. ” É de fazer chorar….” essa frase de um frevo pernambuco traduz a minha tristeza ao ver FERVEREM de calor e sede as áreas (antes verdes) da UFPE. Meu Deus! O q está acontecendo com os Gestores da Federal? Conheço Carlinhos e não sei de mais ninguém que plante tanto amor, cuidado, trato, dedicação e árvores quanto ele, naquele espaço público, Instituição de Ensino. Sou Roseli Bione: a minha Natureza é preservar a Riqueza Verde!

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