Tenho percebido que grafitagem realmente é uma arma poderosa contra o vandalismo, as pichações de paredes. E que cuidar bem de um espaço público é uma boa forma de inibir a ação dos porcalhões, que teimam em colocar lixo em locais errados. A Escola Municipal Nilo Pereira é um exemplo disso. Localizada em Casa Amarela, Zona Norte do Recife, o estabelecimento conseguiu livrar o muro lateral da ação de pichadores, depois que ele foi grafitado.
E foi não só decorado com paisagem que lembra o Recife Antigo, como ganhou palavras que, na verdade, remetem a boas ações ou bons sentimentos. Veja algumas delas: gratidão, esperança, importância, saudade, empoderamento, paz, amizade, harmonia, felicidade, vida, transformação, amorosidade, família, alegria, saúde, confiança, compaixão. A pintura atinge todo o muro lateral, que dá para a Rua José Fernandes, que faz esquina com a Estrada do Arraial. E tem a assinatura de Karina Agra, tendo contado com ajuda dos alunos.
A ação faz parte do Projeto Colorindo o Recife, da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer do Recife, que levar conhecimento a 15 unidades municipais de ensino sobre a técnica do grafite. O interessante é que no muro frontal, onde não há nenhuma grafitagem, já vêm ocorrendo pichações. Recentemente, no município do Cabo de Santo Agostinho, todo o muro de uma escola foi pintado, como forma de estimular a discussão sobre o descarte correto do lixo.
No caso da Nilo Pereira, há um parkelet na calçada, instalado pela Prefeitura, pois a esquina onde fica o colégio municipal era usado como ponto indevido de descarte. Com o equipamento, o lixo passou a ser colocado em outro lugar. Outra coisa interessante é que o banquinho do parkelet vem sendo usado como ponto para troca de livros. Vez por outra, quando passo no loca, vejo livros deixados ali, para quem quiser levar.
Leia também:
Mutirão contra lixo na escola
Hortas fazem a festa nas escolas
Hortas orgânicas crescem nas escolas
Alunos fazem livros sobre 20 bairros
Alunos derrubam 70 000 concorrentes
Você tem fome de quê? De livros
Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife