“Tomara que tenha o axé do Hiper Bompreço de Paes Mendonça, de 2006”. O comentário é do leitor George Anthony Alves, ao tomar conhecimento – aqui pelo #OxeRecife – da inauguração, hoje, do Mateus Hiper Casa Forte, no mesmo local onde funcionou uma das lojas mais conhecidas da cadeia fundada pelo empresário João Carlos Paes Mendonça. Pois, George, pode ficar tranquilo. O lojão tem “axé” sim. É o primeiro inaugurado este ano na Região Metropolitana do Recife que não deixa nada a dever aos velhos e bons tempos do saudoso Bompreço, que passou a degringolar depois de ser vendido a grandes grupos estrangeiros.
E o Mateus tem estrutura moderna e até melhor. Como tinha feito no dia anterior – quando estive no Atacadão (Grupo Carrefour), recém inaugurado – fui conferir o Mateus. Não pude ir muito cedo, e não deu para ver se houve o “estouro da boiada” (quando as pessoas entram de uma vez nas lojas). Mas o “curral” estava fervilhando, em clima de Black Friday. E, ao contrário do Atacadão, as filas quilométricas do caixa estavam com agilidade. Indaguei a uma senhora que já estava na vez, e ela me respondeu que aguardou só meia hora pelo atendimento no caixa. Isso contra as mais de quatro horas de espera que eu registrara, no dia anterior, no Atacadão, no Bairro de Casa Amarela, onde o caos estava instalado (ver nos links abaixo, no Leia também).
Claro, que a nova loja em Casa Forte também estava fervilhando. Mas não em desordem. Tinha um formigueiro de gente até no setor de eletrodomésticos. E o povo estava comprando de bolo, de palma de banana a móveis, TVs, sofás, liquidificadores. A loja está muito bem distribuída, sofisticada e com um bom mix de serviços. Tirando o abacaxi – que está a R$ 6,99 no Mateus (com casca ou descascado) – os outros preços de hortigranjeiros estavam compatíveis com os praticados na loja do Grupo Carrefour. No Atacadão, a unidade do fruto estava sendo vendida a R$ 1,49, mas o estoque acabou por volta de 9h e não houve reposição. No Mateus, folhas também estão mais baratas do que no outro supermercado, pois alface e couve, por exemplo, são comercializados por R$ 0,49. No Atacadão, estavam a R$ 1 a unidade.
Quanto outros hortigranjeiros, os preços praticados no Mateus estão mais caros do que o Atacadão, à exceção da cebola ( 85 centavos contra 89 do Atacadão). Confira os preços de outros produtos no Mateus e Atacadão, respectivamente: tomate (R$ 0,89 e R$ 0,49); pimentão (R$ 6,19 e R$ 3,99); cenoura (R$ 2,95 e R$ 1,99); batata inglesa (R$ 5 e R$ 2,99). O Mateus preparou, também, uma grande festa em seus jardins, com direito a palco e cantora. E aí as filas eram imensas, pois barracas foram montadas para demonstração de produtos dos seus fornecedores. Rolou distribuição de sorvetes, biscoitos, laticínios, salgadinhos, tudo de graça. Diante do alvoroço, os promotores de venda advertiam: “um por pessoa”.
Sim. Lembrete, peixe bem carinho em todo canto, a tilápia está a R$13, 90 no Mateus. E não é o pratinho de 500 gramas não, mas o quilo. “Tilápia natural”. Mas se natural é aquela tilápia criada em açudes ou rios (sem gaiola), nem vai valer a pena. Pois dizem os entendidos que essa espécie, criada em ambiente natural, alimenta-se de vegetais que nascem perto das margens dos cursos d´água e ficam com aquele gosto terrível de terra. Então, é preciso saber: a “tilápia natural” quer dizer o quê? Porque se for dessa acima descrita, é melhor pagar mais e comprar daquelas que são criadas em gaiolas, em rios como o São Francisco, que são livres do sabor esquisito. No mais, o Mateus demorou, mas chegou para fazer a diferença. Além de sua loja de 6 mil metros quadrados e 17 mil itens à venda, o complexo todo comporta, ainda, lojas de calçados, perfumarias sofisticadas, confecções, colchões, farmácia, ótica, barbearia, salão de beleza, sorveteria, restaurante self service entre outros.
Vamos deixar a poeira baixar, para curtir o lojão com calma, inclusive conferir preços com paciência. Dei até uma olhadinha nos fogões – estou precisando trocar o meu – mas nenhum dos que vi agradou. (Vou fazer uma busca na Magalu). Visitemos, pois, o Mateus Hiper Casa Forte. Está valendo a pena, quando baixar a poeira. Nada deixa a dever ao antigo Hiper Bompreço Casa Forte, que quase vira um chiqueiro nas mãos de grupos estrangeiros. Eu, por exemplo, me sentia mal quando ia lá, pois em alguns setores eram improvisadas “paredes” com caixas de cerveja que chegavam quase à altura do teto. Verdadeiros paredões. Lembram, também, que em 2014, houve interdição da Vigilância Sanitária por causa da seboseira, e até fezes de rato e barata acharam nos produtos? Eca…. Em resumo: o Atacadão mudou a proposta da loja que adquiriu, mas involuiu quanto ao antigo Hiper Bompreço Casa Amarela. Já o Mateus fugiu do modelo popular até agora implantado em suas unidades, e não só manteve o mix do antigo Hiper Bompreço Casa Forte, como até o ampliou. Com certeza, vai sair ganhando, se os preços compensarem. E viva à concorrência.
Veja imagens da festa nos jardins do Mateus:
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Texto, fotos e vídeo: Letícia Lins / #OxeRecife