Mata linda e preservada em Pernambuco

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A Fazenda Morim – tida como local histórico, referenciada por Gilberto Freyre e conhecida pela conservação da Mata Atlântica – acaba de ampliar a área de  Reserva Particular de Patrimônio Natural. A RPPN subiu de 206,94 hectares para 670,2 hectares. A fazenda fica em São José da Coroa Grande, município localizado na Mata Sul de Pernambuco, a 132 quilômetros do Recife. E é uma pena que não seja utilizada para turismo educativo e ecológico.  O termo aditivo ampliando a área acaba de ser assinado pela Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh) e o proprietário da área, José Lourenço de Oliveira Neto.

Isso é muito bom, até porque as  propriedades rurais da região  geralmente são dominadas pela monocultura açucareira, e muitas não dão a mínima para preservação das árvores, inclusive as das  matas ciliares. A Morim possui 1129 hectares. Estudos publicados pelo Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste dão conta da fauna da fazenda, inclusive quanto aos pássaros. Segundo a pesquisadora Sônia Aline Roda, a Morim registra 173 aves, ou seja, quase 40 por cento das espécies que ocorrem no que resta da Mata Atlântica em Pernambuco. A Morim possui 1129 hectares, 29 nascentes e é cortada por um rio. Ou seja, um paraíso verde, que poderia movimentar o nosso turismo rural.

E é RPPN desde 2011.  A propriedade é considerada histórica. Foi fundada no século 18, destinada ao plantio de cana de açúcar.  No passado, um dos proprietários foi o ex-governador Estácio Coimbra e, conforme os estudos, o local chegou a ser palco de reuniões políticas. Coimbra foi governador duas vezes e chegou à vice-presidência do País. Gilberto Freyre, amigo de Coimbra, fala da Morim em seus livros. Em 2003, os atuais proprietários iniciaram a recuperação de suas instalações físicas, preservando-se os detalhes da época. A RPPN é uma categoria de Unidade de Conservação (UC) criada pela vontade do proprietário, sem desapropriação de terra.  Pernambuco possui 81 UCs,  espalhadas em todas as regiões do Estado. Destas, 14 são deste tipo, entre elas as Bicho Homem (Catende), Fazenda Tabatinga (Goiana), Pedra do Cachorro (São Caetano), Bituri (Brejo da Madre de Deus) e Karawa-tá (Gravatá).

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife

Foto: Divulgação / CPRH

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