Mais matas devastadas em Paulista

Vocês por acaso viram o que aconteceu com o Brasil? Já não está bem na política, na ética, nem na economia. E agora, nem na preservação do meio ambiente, pois acaba de perder uma ajuda de R$ 166,5 milhões, por conta do desmatamento na Amazônia. O dinheiro vinha da Noruega, um dos países onde o assunto é tratado com a seriedade que merece. Pois aqui em Pernambuco, longe daquela imensa floresta tropical,  é muito verde sendo destruído no que ainda resta da Mata Atlântica. Em Paulista, cidade vizinha, o que a gente tem visto é devastação de sobra.

A pedido de moradores da cidade, recentemente mostramos aqui no nosso #OxeRecife, a devastação de matas como a do Frio e a do Janga, no município, localizado a 15 quilômetros do Recife. A do Frio teve grande área destruída, para construção do condomínio  ironicamente chamado de Green Village.  Na do Janga, a vegetação nativa foi barbaramente trucidada para a construção de empreendimento imobiliário, Bosque do Janga (que de bosque só tem mesmo o nome). Na área, havia muitos pés adultos de pau-de-jangada, árvore que está em extinção.

Bancos oficiais ajudam na implantação de indústria e moradores acusam devastação de mata.
Bancos oficiais ajudam na implantação de indústria, como se vê nas placas,  e moradores acusam devastação de mata. 

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O negócio era tão sério, que a Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh) embargou a obra do Bosque do Janga. E, pelo menos por enquanto, a implantação do conjunto está suspensa no local do ex verdadeiro bosque. A destruição foi tão violenta que dispersou animais, já que moradores do local vêm denunciando a presença de saguis, guaxinins, timbus, cobras, e até iguanas, em suas residências. Pois tem outra mata correndo risco. Aliás, correndo não. Praticamente grande parte dela já se acabou. É a vegetação que fica à margem da PE 22, também em Paulista, à altura do Engenho Maranguape, onde há uma indústria em implantação. Procurada através da assessoria de imprensa, a Prefeitura de Paulista não se pronunciou sobre o licenciamento para destruição de suas matas.

E o que se vê na área próxima a uma estrada transversal àquela PE (que conduz ao Porto Arthur) é muita clareira no meio da mata, para extração de barro, que deve estar sendo usado para aterramento. Há placas de terraplanagem no local, onde há, também, placas de indústria em implantação, com apoio de recursos oficiais. É provável que se houvesse um órgão estrangeiro  que financiasse a manutenção das matas daquela cidade, fizesse a mesma coisa que a  Noruega fez com o Brasil, no que diz respeito à Amazônia. Tudo é verde. E o verde está sendo perdido. Infelizmente. No Recife, são as árvores de parques, jardins, ruas.  Em Paulista, as matas estão sumindo. E no Brasil… a Amazônia é o que vocês estão vendo acontecer com o pulmão do mundo.

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Fernando Batista / Cortesia

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