Se era para amarelar tudo, com a cor do Partido do Prefeito – o PSB – era melhor ter esperado mais um pouco, para amarelar de vez. Em outras palavras. Se é para tudo ser amarelo – cadeiras, guarda-sóis, carroças, as roupas dos ambulantes e lixeiras – era para toda a faixa beneficiada estar com todos os equipamentos. No entanto, falta o principal: até a manhã de hoje, durante minha caminhada matinal, ainda não havia lixeiras doadas pela empresa que diz ter investido R$ 2 milhões na padronização da praia, para explorar a sua marca.
Conversei com seis ambulantes da faixa amarelada, e nenhum, mas nenhum mesmo dos que eu conversei, tinha recebido esse equipamento, tão importante para a manutenção e limpeza do local. “Não sei porque as lixeiras não vieram ainda”, afirma Manoel Severino da Silva, que tem uma barraca perto do quiosque 19. “A Prefeitura sempre diz que é essencial manter a praia limpa. E eu também acho. Por isso é importante que as lixeiras venham”, diz.
Há banhistas que gostaram da padronização. Outros, acharam a praia “monótona”. Mas a reclamação, mesmo é quanto ao tipo de cadeira. Embora o sexo masculino prefira as altas, as mulheres gostam mais das baixinhas, tipo espreguiçadeira. “A grita está geral. Os homens gostam de beber em cadeira alta, mas as mulheres preferem as baixas, para se bronzear. Vieram poucas dessas. E na praia, só o que dá é mulher”, diz o barraqueiro, que há um ano comercializa na área.
Um pouco antes da faixa amarela, o espanhol José Romero, dono da barraca La Voile Bleue, teme que a padronização chegue ao seu ponto. “É ruim, porque são as cores que identificam as barracas”, diz, em frente do seu espaço totalmente azul (cadeiras e sombrinhas). “Também não gostei desses números escritos nas cadeiras, lembram um presídio”, compara. Quanto às lixeiras na faixa padronizada, os barraqueiros continuam esperando. Cadê os depósitos de lixo da praia? #OxeRecife.
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife