Aos gritos de “Eu tou na rua, pela floresta, para derrubar o capitão da motosserra” e “Ou Bolsonaro, desliga aí, o meio ambiente vai fazer você cair”, centenas de manifestantes tomaram hoje as ruas do centro do Recife, para protestar contra a política ambiental do governo. E também para gritar palavras de ordem em defesa da Amazônia, alvo de desmatamentos e queimadas, que vêm preocupando não só os ambientalistas e a população brasileira, como também comunidade internacional.
Coisa linda, a moçada na rua para defender a Amazônia. E não era protesto orquestrado por A ou B não. A gente conhece quando o movimento é espontâneo, sem “dono”, pela diversificação do material utilizado nos cartazes que os manifestantes exibem: não havia um igual. E eram de cartolina, de pedaços de papelão, papel guache, papel tamanho ofício, para que cada um desse o seu recado. Bonitinha, prontinha, só tinha mesmo uma faixa, a do Greenpeace, organização não governamental conhecida e respeitada em todo o mundo. Um das ongs que atuam defesa do meio ambiente, aquelas que viraram alvos de ataque do Presidente e até foram acusadas de provocar incêndios na floresta.
#TODOSPELAMAZÔNIA, Greenpeace – era a única faixa prontinha, pintada com letras verdes, feita por profissionais. Mas só ela. No meio dos manifestantes, o que se via eram letras e suportes de papel de todas as cores. Vejam alguns dos recados: “Já me falta ar para falar das florestas”; “Fogo nos fascistas, não nas árvores. S.O.S Amazônia”; “Será que é meio ambiente porque já destruímos a metade?”; “Holocaustos ecológico por culpa da condição humana”.
Havia muita gente, na Rua da Aurora, Bairro da Boa Vista, de onde partiram os manifestantes. Elespararam na Ponte Santa Isabel, que ficou totalmente congestionada. Muita gente gritando que o Ministro do Meio Ambiente, ops… Ministro da Morte Ambiente, Ricardo Salles, ia cair.. “Fora Salles”, gritavam os manifestantes. Sinceramente, fiquei muito feliz de ver tanta gente na rua defendendo a natureza. A convocação foi pelas redes sociais. Brancos, negros, índios. Estudantes, sindicalistas, professores, donas de casa, aposentados. Todos em defesa das matas, das florestas, da Amazônia. No final, a chuva dispersou parte da multidão, mas a maioria seguiu para o Marco Zero, onde se encerrou o protesto. E viva a natureza. #ParemDeDerrubarÁrvores!
Veja o vídeo:
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Texto, fotos e vídeo : Letícia Lins / #OxeRecife