Histórias de Burkina Faso com François

Compartilhe nas redes sociais…

Ele é conhecido em suas andanças pelo mundo como o “ferreiro contador”. Natural de Burkina Faso (país no Oeste da África) e em sua quarta viagem ao Brasil, o contador-ator François Moise Bamba está no Recife, depois de passar por São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco. Em sua turnê com o espetáculo Contos e Lendas de Burkina Faso, ele esteve ontem no Sesc Casa Amarela, para divertir uma atenta plateia. Mas seus compromissos não terminaram na capital, onde ensina a arte da contação e faz oficinas.

Ele vai, também, à Aliança Francesa Recife, que recebe duas ações do contador. Na quarta-feira, às 20h, a apresentação de “Palavras de Griô”, no auditório da unidade Derby. E no sábado, das 9h às 18h30, haverá uma oficina em torno da arte do conto, dos valores da oralidade e as ferramentas de transmissão nas sociedades tradicionais da África do Oeste. O público alvo são contadores, artistas, professores e toda pessoa interessada em oralidade, transmissão. Acompanhando o contador, está presente na turnê a artista Laura Tamiana, que além da tradução, é quem organiza a vinda e a circulação do artista no Brasil.

A tradução é feita como parte da cena, ambos os artistas contando juntos. Tudo é traduzido no momento, sem preparo prévio, já que François carrega um repertório de contos tradicionais do Burkina Faso. E ele escolhe as histórias que serão contadas na hora da apresentação de acordo com sua percepção do público presente. “Não posso saber antes o que vou contar, porque para mim são momentos de troca, de conversa. Preciso ver o público, sentir o público. Nesse momento, os contos se posicionam no meu espírito, na minha boca, com uma maneira de dizê-los”, conta François.

A turnê do artista no Brasil tem a produção da Terreiro Produções (PE), produtora de Laura, em parceria com a companhia Les Murmures de la Forge, de François. Em 2018, a circulação no Brasil contou com 23 apresentações e 11 oficinas e conferências. Nesta de 2019/2020 são 26 apresentações e 15 oficinas e conferências. No Estado, a turnê começou em dezembro com ações em Olinda, com uma atividade junto à comunidade Xambá, parceira nas atividades desde o ano passado. Em seguida o artista ofereceu uma vivência com histórias e músicas junto à natureza em Aldeia e iniciou o ano com atividades no sertão do Pajeú, apresentações e uma imersão de 9 dias junto a quatro comunidades quilombolas de Carnaíba. Durante a circulação, François e Laura também fazem a divulgação do Festival Internacional dos Patrimônios Imateriais, organizado por François no Burkina Faso e que tem Laura como colaboradora e cocuradora da edição 2020.

Leia também:
A sabedoria ancestral da Griô Vó Cici
Ebomi Cici é um patrimônio vivo
Dia das Mães: Vovó Cici (80) viaja da Bahia ao Rio de Janeiro para visitar a sua (de 104)
Vovó Cici no Paço do Frevo
Ebomi Cici fala sobre orixás e convivência com Pierre Verger

De Yaá a Penélope africana
Resgate histórico: primeiro deputado negro do Brasil era pernambucano
O abraço dos ursos e outros abraços
Entre Boa Viagem e África
Ojás contra o racismo religioso
Nação Xambá: 88 anos de resistência
Pipoca é alimento sagrado? 
A simbiose entre a igreja e os terreiros
Som de Cabo Verde no Poço das Artes
Cantos da África no Poço das Artes
Uana Mahim: sou preta, negra e fera
Trio expert em Baobá: a árvore da vida

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação 

Continue lendo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.