Registrados pela primeira vez em Fernando de Noronha em 1556 pelo frade franciscano André Thévet (1502-1590) – durante expedição do governo francês ao Brasil – os golfinhos-rotadores até hoje estão associados à imagem do Arquipélago, localizado a 541 quilômetros do Recife. E nada menos de 59% dos visitantes apontam a observação desses cetáceos como motivação da visita ao santuário ecológico, também conhecido como a Esmeralda do Atlântico.
Diariamente são avistados em média 671 rotadores, a partir de dois pontos fixos de monitoramento: o Mirante da Baía dos Golfinhos e o Forte de Nossa Senhora dos Remédios, de onde se observa a Baía de Santo Antônio. Golfinhos desta espécie (Stenella longirostris), durante a noite se alimentam de peixes, lulas e camarões no oceano aberto. De dia, procuram as baías de Noronha para descansar, se reproduzir, amamentar e cuidar dos filhotes. Informações como estas só são possíveis devido às pesquisas do Projeto Golfinho Rotador, que está completando 29 anos. E que além de estudos, engloba proteção dos animais e educação ambiental.
Ao longo de quase três décadas, há números para se mostrar, em 7.500 dias de trabalho. Biólogos e oceanógrafos registraram e protegeram ao menos 2.150.000 entradas de golfinhos-rotadores na Baía dos Golfinhos, um dos locais que mais chama a atenção de turistas no Arquipélago. Segundo o Projeto Golfinho Rotador, 270 mil turistas receberam orientação durante a observação de golfinhos. Também foram realizadas 1.000 oficinas teóricas e práticas de educação ambiental ao longo desses 29 anos, beneficiando 15 mil alunos. O trabalho de pesquisa e monitoramento de golfinhos-rotadores, assim como as atividades nas áreas de envolvimento comunitário, educação ambiental e sustentabilidade realizadas na ilha pelo Projeto Golfinho Rotador, têm patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. A ONG Centro Golfinho Rotador é responsável pela execução do projeto.
Leia também:
Ministro manda oceanógrafo trabalhar na caatinga. E o Sertão já virou mar?
Mar: mais plástico do que peixe em 2050
Deixem que vivam as baleias
Foca rara no Brasil aparece no Sul
Arca de Noé para corais ameaçados
Tartarugas voltam aos rios no Pará
Plásticos viram vilões das tartarugas
Mais proteção para Litoral Sul
Litoral Sul: excesso de demanda em APA
Acordo na Justiça para algozes de marlim azul
Comer lagosta ovada é não ter coração
Evite comer crustáceos ovados
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Projeto Golfinho Rotador/ Petrobrás / Divulgação