Foca rara no Brasil aparece no Sul

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Ao longo da década, apenas três foram registradas no Brasil. A última delas  – essa coisa linda aí na foto – apareceu no sábado (10). A foca-leopardo (Hydrurga leptonyx) foi vista descansando na praia de São José do Norte, no Rio Grande do Sul. É o que informa o Projeto Pinípedes do Sul, cujas equipes foram até o local e examinaram o animal que depois voltou ao mar. E o que é melhor:  disposto e com saúde.

No domingo (11), as equipes do Projeto e do Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM/FURG) realizaram os procedimentos veterinários padrão e verificaram o quadro clínico do bichinho. Para garantir a segurança da comunidade, a área foi isolada, entre 10h30 e 11, só sendo liberada depois que a foca decidiu partir. Os últimos registros da espécie encontrada viva no estado ocorreram em 2008 e 2018, no Balneário Cassino. Em 2010, apareceu um outro exemplar, na Ilha dos Lobos em 2010.

De acordo com o colaborador do Projeto Pinípedes do Sul e doutor em oceanografia biológica, Kleber Grübel da Silva, “a competição alimentar desses animais durante o inverno pode forçar alguns a buscar alimentos em águas subantárticas e seguir a Correntes das Malvinas até a costa do Rio Grande do Sul”. A foca-leopardo é caracterizada por ter uma cabeça grande, dentes com várias pontas, ausência de orelhas, pelagem curta e pintada de tonalidades cinza-azulados, dorso escuro e ventre claro. Alimenta-se principalmente de pinguins e focas.

Segundo organismos internacionais, a população mundial chega a 300 mil exemplares, com ocorrência nas ilhas subantárticas. No inverno, migram para o Norte, mas indivíduos solitários deslocam-se para a América do Sul, Sul da África e Nova Zelândia. O Programa Pinípedes do Sul tem o patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Seu objetivo é reduzir as ameaças à conservação das espécies de Pinípedes, grupo de mamíferos marinhos que inclui focas, leões e lobos-marinhos. Também protege tartarugas marinhas no Sul do Brasil. Além disso, o projeto visa aumentar o nível de proteção de duas Unidades de Conservação onde há grande concentração desses animais: o Refúgio de Vida Silvestre do Molhe Leste (São José do Norte, RS),  e o Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos (Torres, RS). Também desenvolve atividades de educação ambiental voltadas para comunidades pesqueiras.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Nema* / Projeto Pinípedes do Sul/ Petrobrás / Divulgação
*Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental

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