Flagrante no tráfico de pássaros

Manter animais silvestres em cativeiro é crime. Mas as pessoas parecem que ainda não se conscientizaram disso. E entre os mais disputados encontram-se os pássaros que, ainda hoje, são vistos com frequência engaiolados em casas, apartamentos e até em feiras e mercados públicos. A maior parte é provenientes do tráfico. Nos últimos três dias, a Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh) e a Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma) apreenderam 79 aves que estavam confinados ou que seriam ilegalmente comercializadas. As apreensões ocorreram na Região Metropolitana e no Interior de Pernambuco.

Entre as espécies confiscadas encontram-se canário-da-terra, papa-capim, caboclo, bigode, azulão, sabiá-golada, craúna, galo-de-campina, além de um papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva). O último é animal ameaçado de extinção. Das 79 aves, 54 foram apreendidos na Feira do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife (é bom que a Cprh dê uma passadinha no Mercado da Madalena, onde também há comercialização de aves, principalmente nos finais de semana). Três veículos que transportavam as aves – incluindo um táxi – foram apreendidos na Região Metropolitana e enquadrados como objetos do crime, conforme prevê a Lei de Crimes Ambientais.

As outras 25 aves foram  resgatadas em residências  e estabelecimentos comerciais de Garanhuns (no Agreste) e Arcoverde (Sertão).  As multas aplicadas chegam, no total, a R$35 mil. E os responsáveis foram autuados por crime ambiental.  Alguns dos pássaros apreendidos, e em condições de soltura, foram liberados na caatinga, em Sertânia, município localizado a 316 quilômetros do Recife, e que fica no Sertão do Moxotó.

As aves restantes foram encaminhadas ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas Tangara), unidade que fica no Recife e que pertence à Cprh. No local, os pássaros receberão os cuidados de veterinários e biólogos, antes de serem reintroduzidos em seu ambiente natural.  Na mesma operação, foram apreendidos 85 guaiamuns por estarem fora dos padrões de comercialização.  Ou seja, foram capturados antes de desenvolverem capacidade reprodutiva. Eles tinham carapaças com menos de sete centímetros, e a proporção de fêmeas era maior do que o permitido. Os crustáceos, serão soltos na Área de Proteção Ambiental (APA) de Santa Cruz, em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Cprh / Divulgação

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