Em meio a disputas entre a Prefeitura de Garanhuns (do PSB) e o Governo do Estado (do PSDB) pela paternidade da 32ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns, (FIG), a Secretaria de Cultura de Pernambuco divulgou nota informando, com antecedência de um ano, a data do evento em 2024 , que terá a mesma duração de dez dias e ocorrerá entre 18 e 28 de julho. O anúncio foi feito no sábado à noite, penúltimo dia de realização do FIG. Será que a Prefeitura foi avisada da escolha da data? Porque em 2023, o Prefeito Sivaldo Albino (PSB) queixou-se do fato de não ter sido consultado sobre o período do evento. Soube da data pelos meios de comunicação.
Em 2023, aquele que é considerado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), como “um dos maiores festivais de múltiplas linguagens do Brasil”, sofreu uma série de contratempos este ano, o que terminou com o pedido de demissão do Secretário de Cultura de Pernambuco, Silvério Reis, às vésperas do início do evento. Também houve reclamações por parte de agências de turismo e do próprio público, quando à divulgação dos artistas convidados, que normalmente acontecia com antecedência nos anos anteriores.
Como a demanda é muito grande, lotando hotéis e até residências – que, a exemplo do carnaval de Olinda são alugadas no evento – muita gente não conseguiu se programar com antecedência, pois não sabia que data escolher já que desconhecia a grade de shows. “Ao contrário do que tradicionalmente ocorre, quando a data é divulgada a poucos meses ou dias do evento, a divulgação com antecedência de um ano vai permitir o governo de Pernambuco e a Fundarpe aperfeiçoar ainda mais a realização e produção do FIG 2024”.
Em 2023, a data foi divulgada pelo Palácio do Campo das Princesas, sem aviso prévio à Prefeitura de Garanhuns, cidade localizada a 230 quilômetros do Recife e conhecida pelo seu clima de serra. Segundo nota distribuída pela Fundarpe, os cofres estaduais investiram R$ 14,5 milhões (por meio da Fundarpe) em contratações, mas que o investimento total chegou a R$ 15 milhões (incluindo ações desenvolvidas pelo Conservatório Pernambucano de Música e Cepe – Companhia Editora de Pernambuco). “O FIG ainda tem como parceiro o Sebrae, que investiu R$ 430 mil em ações durante o Festival”. O FIG termina hoje com apresentações de Baby do Brasil, Frejat, Adilson Ramos e Banda Eddie. Ao todo, foram 560 contratações artísticas, que se apresentaram em 23 polos distribuídos na cidade, com público estimado em 320 mil pessoas até a noite do sábado, quando passaram pelo palco principal Carlinhos Brown, Paulo Miklos e Ave Sangria.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação / Fundarpe
