A julgar por números que constam nas próprias tabelas do Ministério da Agricultura, o governo federal licenciou o uso de nada menos de 1.467 defensivos agrícolas para as lavouras brasileiras, desde 2019. Conforme os números oficiais, teriam sido 474 em 2019, 493 em 2020 e 500 em 2021. E olhem que, nesses números, não estão inclusas as liberações de 2022. Ou seja, é “boiada” passando para ninguém botar defeito.
Há algumas organizações ambientais, no entanto, que dizem que esses números estão subestimados. Em todo caso, os números oficiais já representam um recorde, se formos observar as liberações oficiais desde 2000. E, pior, os brasileiros estão respirando (nas áreas rurais) e consumindo veneno (até nas áreas urbanas). Então, uma boa saída é comprar hortigranjeiros nas feiras agroecológicas que pipocam na capital. Dizem que o Recife tem o maior número desse tipo de feiras “alternativas” entre as capitais do Nordeste. Aliás, Pernambuco também está na frente. Isso graças ao trabalho de muitas organizações não governamentais, à conscientização das comunidades rurais e também ao apoio oficial. E, claro, a consumidores conscientes que optaram há tempo por alimentos livres de venenos.
E uma das feiras mais tradicionais é a que ocorre, aos sábados, no Bairro das Graças. Aliás, é mais antiga do Recife. Está completando 25 anos. Lembro-me quando essa feirinha começou. As pessoas acordavam com o dia ainda escuro, para escolher as mercadorias e garantir uma alimentação saudável. O objetivo da iniciativa, em princípio, era criar uma conexão entre campo e cidade, agricultores e agricultoras, consumidores e consumidoras. Deu certo. Hoje são 140 por semana no estado. Segundo o Centro Sabiá é a maior concentração do Nordeste, levando-se em conta a proporção com a densidade demográfica.
E elas não param de aumentar. Pelo menos no Recife. Só aqui nas redondezas de minha residência, na Zona Norte, há feiras agroecológicas em condomínios do Poço da Panela, no Parque da Macaxeira, nos jardins da Fundação Joaquim Nabuco, na Praça de Casa Forte, na Praça Farias Neves (que fica em frente ao Parque Estadual de Dois Irmãos). Para comemorar essa pujança natureba, a Feira Agroecológica das Graças vai fazer uma festinha, no sábado, à maneira dos feirantes e agricultores.
Informam que a partir das 6h do sábado (5/11), os produtores vão promover apresentações culturais para comemorar os 25 anos da primeira feira agroecológica a funcionar no Recife. De acordo com o Centro Sabiá, virão artistas dos próprios sítios. “A feira das Graças é um espaço de consumo responsável e acima de tudo um encontro semanal com a qualidade de vida”, afirma Alexandre Pires, Coordenador do Centro Sabiá, que trabalha a agricultura familiar e orgânica, além de tecnologias alternativas. ”Comprar alimentos diretamente de quem os produz, diminuindo a cadeia de atravessamento do nosso consumo, nos aproxima e nos conecta com a comida de verdade”. Se você quiser participar da festança, o endereço da feirinha é Rua Souza de Andrade, Graças, Recife.
Abaixo, você confere mais informações sobre consumo responsável e saudável.
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Serviço:
Evento: Comemoração dos 25 anos da Feira Agroecológica das Graças
Onde: Rua Souza de Andrade, Graças
Quando: sábado, 4 de novembro
Horário: A partir das 6h da manhã
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Centro Sabiá / Divulgação
