Exemplos de amor ao verde no Recife

Embora a situação das ruas do Recife – no que se refere à preservação do nosso verde – seja de desolação,  há iniciativas privadas em defesa das árvores que merecem registro no Dia a elas dedicado em nossa cidade. Vou citar apenas três, que me chamam a atenção. O primeiro fica na Galeria Hora Center, na Rua da Hora. Com 26 lojas, o centro comercial preservou uma mangueira, cujas frutas caíam sobre os carros no estacionamento. Ao invés da solução mais simples – erradicar a árvore para não incomodar os clientes – os proprietários colocaram uma tela de 570 metros quadrados, para proteger os automóveis.

“Nossa preocupação foi preservar as fruteiras que, no passado, pertenceram aos quintais das casas do meu  pai e do meu avô”, afirma  Walter Turton Ferreira, um dos proprietários da Hora Center. “A solução não foi muito barata, mas ficamos muito satisfeitos”, conta ele. O estacionamento possui vagas para 42 carros, e dezoito ficam sob a copa da frondosa árvore. Agora não tem mais chance das mangas provocarem prejuízos à lataria dos carros alii parados. Na verdade, o pequeno shopping foi construído nos quintais das residências que a família ocupou por três gerações. Mas houve esforço para preservação das fruteiras que faziam a festa da meninada da família.

Na Rua do Futuro, no bairro das Graças, edifício altera projeto para preservar essa mangueira, que fica em quintal vizinho.

“Além desse pé de manga espada, ficaram no terreno um jambeiro, uma mangueira (rosa) e um caramboleira. Temos, também, plantas ornamentais. Infelizmente o pé de manga rosa adoeceu e não houve esforço que a fizesse salvar”, diz. Outro caso interessante fica no número 50 da Rua Paulino Gomes de Souza, no bairro das Graças, esquina com Rua do Futuro. Ao ser construído, o Edifício Leonardo Priori ganhou recortes na alta parede que o separa de uma galeria comercial (número 479), na Rua do Futuro.

A árvore, apesar da imponência, não despertou temor entre os construtores. Ao contrário, eles aproveitaram a   sua copa para sombrear o pátio do prédio e da galeria vizinha. Na esquina da Avenida Rosa e Silva com a Rua Santos Dumont, o Condomínio Banguê também preserva os carros no seu estacionamento com uma imensa rede de proteção. Outro caso interessante é o da Praça do Arsenal, onde uma escultura de Ferro alinhou uma árvore, cujo tronco estava inclinado. Assim, a  árvore foi poupada da ação da motosserra insana.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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