Escola Cândido Duarte luta contra racismo ambiental

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A Escola de Referência do Ensino Médio Cândido Duarte, localizada no bairro de Apipucos,  tornou-se o primeiro estabelecimento de ensino público de Pernambuco a realizar o plantio de exemplares ligados à história de nossos ancestrais, como meio de referenciar os povos de matriz indígena ou africana. Hoje, além de antigas palmeiras imperiais e árvores adultas, como as cajazeiras, o pátio do colégio possui um filhote de baobá e outro de jurema, árvore esta ainda encarada com preconceito, por boa parte da população. As plantas são cuidadas por professores e alunos. E estão em pleno crescimento.

A iniciativa é do Professor de Geografia do Cândido Duarte, Rodrigo Correia. E conta com o apoio do historiador e mestrando em ciências da religião, Alexandre L´Omi L´Odó, integrante do Quilombo Cultural Malunguinho, que reverencia o líder do Quilombo Catucá, que se espalharia entre Pernambuco e Paraíba, na época da escravidão.  Malunguinho não ficou apenas na história. Ele hoje é uma entidade, chegando a ser cultuado como mestre entre os adeptos da Jurema. Já o baobá foi fornecido por Fernando Batista, referência nacional no cultivo e disseminação da planta. “Trabalhamos muito na escola a questão do preconceito”, explica Rodrigo. “Inclusive o racismo ambiental, muito debatido na sala de aula.”, diz o professor.

“Infelizmente, a jurema sagrada é associada ao catimbó, palavra ainda encarada com muita discriminação e medo, por grande parte da população”, explica. Para Alexandre, o plantio das duas árvores está revestido de simbologia. “Querendo ou não, isso representa uma forma de reparação contra tudo que foi feito contra nossos povos”. E explica: “Ter uma jurema plantada em escola, sobretudo em escola pública, não deixa de ser uma forma de reverter racismo, o preconceito e a intolerância religiosa”, justifica Alexandre. Se a jurema representa a ancestralidade indígena, o baobá nos traz a ancestralidade africana. “É a árvore do tempo, a árvore sagrada, a morada dos espíritos dos nossos ancestrais”, explica o representante do Quilombo Cultural Malunguinho.

 

 

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