O Programa de Visitas Guiadas da Faculdade de Direito revela muitas surpresas aos visitantes. E consta de várias “estações”. A primeira ocorre em um dos anfiteatros da FDR, cuja mobília ainda é a original. Há explicações sobre a história e a arquitetura do prédio. Atores interpretam cantos gregorianos, e falam palavras soltas em latim, que são ainda hoje muito utilizadas em processos jurídicos. Aliás, só são. E haja habeas corpus, data venia, causa pretendi. Os cursos de Direito foram criados no Brasil, para que tivéssemos ensino genuíno nosso. O que, de certa forma, o modernismo também propunha, anos depois, em relação às artes e à Literatura.
Por esse motivo, Aglaia Costa entra com violino, interpretando Trenzinho Caipira, de Villa Lobos. Daí, o grupo desloca-se ao Diretório Acadêmico da FDR, onde o estudante Jônatas Henrique dos Santos relata a história daquela representação. E explica porque o Diretório é dedicado a Demócrito de Souza Filho, líder estudantil assassinado durante o Estado Novo, em 1945, que lutou contra a ditadura imposta por Getúlio Vargas. Todo o roteiro conta com a presença da violinista e é enriquecido pelas encenações dos atores Anastácia Rodrigues e Ragner Lima. Em c erto momento,s atores fazem um resumo do curso do início do curso de Direito em Pernambuco, como vocês podem observar no vídeo abaixo.
Daí, o grupo segue para o Espaço Memória, que fica na sala Castro Alves, onde é recepcionado com a violinista, interpretando as Bachianas Número 5. Fernando Batista, que é vice-coordenador de dois projetos na FDR, conta a história de alunos que se se tornaram eternos, como foram os casos do próprio Demócrito, de Tobias Barreto e do poeta Castro Alves. Mas lembra, também, o estudante José Aylton Filho, que morreu de um enfarte, aos 20, quando cursava o primeiro ano. Ou seja, uma passagem efêmera pela FDR. A seguir, os visitantes vão à Sala de ex-diretores, com destaque para Luciana Grassano, a primeira mulher a dirigir a FDR, e que muito batalhou pela recuperação do prédio histórico. Atores fazem nova encenação.
Coordenador do Projeto Memória Acadêmica da FDR, o Professor Humberto João Carneiro Filho explica os símbolos existentes no piso e nas paredes da FDR. A próxima estação é o Salão dos Espelhos, também chamado de Salão das Moças, que parece ter sido inspirado no Salão de Espelhos do Palácio de Versailles, na França. É contínguo ao Salão Nobre. Depois, há visita ao Salão Nobre, que está com uma parte interditada. No caminho, Aglaia Costa toca La vie en rose, enquanto se caminha sobre pétalas de rosas espalhadas pelo chão. O Salão Nobre foi arquitetado por Gustave Varin, que era francês, motivo da escolha daquela “chanson”, que ficou mundialmente conhecida na voz de Edith Piaf, a mais famosa das cantoras francesas. Geralmente cada visita guiada comporta 50 pessoas, e são gratuitas. O calendário das visitas guiadas de 2018 ainda não foi anunciado. Para participar, é preciso agendamento pelo e-mail fbatista@gmail.com.
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Texto, foto e imagens: Letícia Lins / #OxeRecife