Não fui à Orla do Recife, na noite do último dia 31. Estava chegando de Salvador, e não me arrisquei a enfrentar o estresse do trânsito para ir e voltar da festa. Rompi o ano em casa mesmo, para descansar. Mas, como faço todos os domingos, estive pela manhã na praia de Boa Viagem. E fiquei surpresa com a eficiência da limpeza à beira-mar. Uma multidão de garis varria a calçada, o asfalto, a recolhia lixo na areia da praia. Seria muito bom se a prática se transformasse em rotina no resto do ano, por toda a cidade.
Segundo a Empresa de Limpeza Urbana e Manutenção (Emlurb) foram mais de 60 toneladas de lixo recolhidas, com a mobilização de cerca de 500 profissionais. Infelizmente muita gente sem noção aproveitou o réveillon para fazer o que não devia. Pois tinha até garrafa quebrada nos arrecifes da praia. Outra coisa que chamou a atenção, foi a necessidade de lavagem da calçada, pois o cheiro de urina em alguns locais da orla estava insuportável, na manhã do domingo. Segundo a Emlurb, um caminhão pipa foi usado para lavar o asfalto. Parece não ter sido suficiente para “desinfetar” a área.
O toque triste ficou por conta da sujeira, mais uma vez, na areia da praia, praticada por ambulantes, já na manhã do domingo. A Emlurb limpou bem cedo, mas eles estavam lá, logo depois: jogando cascas de coco, de ostras, garrafas, latas de cerveja, espinha de peixe frito, tudo na areia, na faixa entre as barracas e o paredão que dá acesso ao calçadão. Espero que o Prefeito Geraldo Júlio (PSB), que acaba de assumir o segundo mandato, trabalhe de vez essa questão da limpeza não só da praia, como de todo o Recife. Aliás, um dos meus sonhos, para 2017, é viver em uma cidade limpa. O que não é impossível. Estou regressando de Salvador, e o que mais me chamou atenção na cidade – que já conhecia – foi a limpeza. Nesse quesito, a capital da Bahia está um “brinco”.
Em Boa Viagem, não deve ser tão difícil fiscalizar o comércio ambulante, porque os barraqueiros têm pontos fixos. Embora muitos sejam cuidadosos, há os que sujam, e são sempre os mesmos. Impunemente. Então a saída é: educar, treinar. Em caso de sujeira, advertir, punir, cassar o direito de vender. Aí, sim, queria ver quem ia continuar jogando lixo na areia desse jeito. É só dar uma circulada, em uma manhã de sol, para se avaliar o tamanho do estrago. Em Salvador, onde passei a última semana, a festa de Réveillon começou no dia 28, na Praça Cairu, uma área bem popular. Todas as manhãs, quando ia à praia, o espaço já estava varrido e lavado. Que bom que no Recife, a limpeza da festa também foi rápida.
Texto e Fotos: Letícia Lins / #OxeRecife