Destino da Mata Atlântica é discutido hoje na Virada Parlamentar Sustentável

O Dia da Mata Atlântica, é 27 de maio. Mas a data será lembrada em Brasília, nessa quinta-feira, 23. Justamente para se pensar no que ela foi, no que resta e como preservar o que sobrou, já que  cobre uma área do país densamente povoada e cobiçada pela especulação imobiliária. A Mata Atlântica abrange 15% do território nacional, abriga 72% da população e se estende por região onde fica 80% do PIB do Brasil.

Por esse motivo, é tida como uma das floresta tropicais mais ameaçadas do mundo. E isso não é de hoje, pois ao longo dos séculos foi sofrendo os impactos ambientais de ciclos econômicos da história. No Nordeste temos o exemplo de Pernambuco e outros estados, onde foi destruída para ceder lugar à monocultura da cana de açúcar.  A Região Metropolitana do Recife sofre, no momento, mais uma ameaça pois o risco de destruição aumenta com a notícia da construção da Escola de Sargentos pelo Exército brasileiro em plena APA Aldeia Beberibe, um dos maiores redutos remanescentes da cobertura original no estado . A gente sabe que todo o esforço de “compensação” por áreas verdes devastadas nunca é na medida do que foi erradicado. E até que a área destruída se recomponha vai um longo tempo até que as árvores cheguem à idade adulta, para recuperar o  papel que desempenhavam antes.

Nem tudo, no entanto, está perdido. Há uma boa notícia. É que o desmatamento na Mata Atlântica caiu em 27% em 2023 em relação ao ano anterior, de acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica. Agora o lado ruim: a devastação cresceu em fragmentos isolados e áreas de transição para os biomas do Cerrado e da Caatinga no estados Piauí, Mato Grosso do Sul, Ceará, Rio Grande do Norte e no nosso estado, Pernambuco.

Hoje, às 10h,  o Senado Federal será palco de audiência pública para discutir a Mata Atlântica. O evento faz parte da Virada Parlamentar Sustentável, iniciativa do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), com apoio da Frente Parlamentar Mista Ambientalista e da Fundação SOS Mata Atlântica. A audiência foi solicitada pela coordenadora da Frente Parlamentar Ambientalista no Senado, Senadora Eliziane Gama (PSD-MA). E a audiência pública abordará a importância da Mata Atlântica, que é reconhecida pela ONU como o bioma bandeira da Década da Restauração dos Ecossistemas.

Mata Atlântica pode perder grande área na APA Aldeia Beberibe, com a chegada da Escola de Sargentos

Pois a Mata Atlântica é crucial para a biodiversidade e o equilíbrio ecológico, alerta Marcos Woortmann, diretor adjunto do IDS (Instituto de Democracia e Sustentabilidade) e coordenador da Virada Parlamentar Sustentável. “Apesar da proteção legal, a Mata Atlântica está ameaçada, com apenas 24% de sua cobertura original restante”, diz. E há quem afirme que esta, hoje, não passe de quinze por cento do que ela já foi.

O evento acontecerá no CMA (Senado Federal – Anexo II, Ala Senador Alexandre Costa, Plenário nº 9), e terá a participação dos ambientalistas Fabio Feldmann, que foi deputado Federal constituinte; Marcia Hirota, presidente do Conselho da Fundação SOS Mata Atlântica; e Luis Fernando Guedes Pinto, diretor executivo da Fundação SOS Mata Atlântica. Além disso, foram convidados Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima; Shirley Krenak, representante dos povos originários da Mata Atlântica; e André Lima, secretário nacional de combate ao desmatamento, do Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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