Essa turma de prefeitos da Região Metropolitana não toma mesmo jeito. E aqui no #OxeRecife há várias postagens de multas impostas ao poder executivo de municípios como Camaragibe, Paulista, Ipojuca. De destruição de matas nativas em áreas preservadas a despejo de esgoto doméstico na praia, vários crimes ambientais vêm sendo cometidos, justamente por quem deveria cuidar do patrimônio natural de suas cidades. Com histórico de destruição de vegetação nativa – como a da Mata do Frio – e descaso com a erosão que toma conta de suas praias, Paulista agora amarga mais uma acusação. Dessa vez, feita pela própria Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh), que constatou aterros e desmatamentos ilegais em área Área de Proteção Permanente (APP), às margens do Rio Paratibe. E bem pertinho da BR-22. E tudo sem as devidas licenças ambientais. A mesma obra já tinha sofrido embargo em 2022.
Aliás, Paulista já levou multa por destruição de mangues, de matas. De acordo com o Diretor de Fiscalização Ambiental da Cprh, Maviael Couto, a Prefeitura de Paulista deverá receber três autos de infrações e multas: por intervir em área de APP; uma segunda, por aterro irregular ; e terceira pelo descumprimento do embargo já aplicado no ano passado. Os valores não foram divulgados. “Essas obras estão sendo realizadas sem as licenças ambientais e tem um impacto negativo grande no meio ambiente”, informou o servidor. A ação foi realizada em conjunto com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Participaram a Promotora Coordenadora do Centro de Apoio Operacional em Defesa do Meio Ambiente (CAO Meio Ambiente), Belize Câmara; e a Promotora da cidade de Paulista, Mirela Laupman. A ação contou com apoio da Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma).
Em 2022, a CPRH já havia embargado a obra e notificado a prefeitura de Paulista. Na fiscalização realizada na última quarta-feira, além da prefeitura manter as irregularidades constatadas no ano passado, os fiscais encontraram um novo trecho com realização de obras. Mais irregularidades na área de proteção permanente, o que é um absurdo. Mas isso não chega a ser novidade naquele município, localizado a 15 quilômetros do Recife, e no qual ficam praias antes paradisíacas como Janga, Pau Amarelo, Conceição e Maria Farinha, que sofrem com a poluição.
Em Paulista, até poucos anos havia grandes fragmentos de Mata Atlântica, que estão cada vez mais escassos. Em alguns trechos da cidade, há locais onde a vegetação nativa virou “matas de cimento”, como o #OxeRecife já mostrou aqui. Até mesmo mata nativa de pau-de-jangada, uma das últimas da espécie desapareceu. Segundo moradores de Paulista, desalojados, muitos animais silvestres costumam aparecer nas residências, em busca de comida e abrigo, como pequenos mamíferos e lagartos,
Nos links abaixo, você pode conferir mais informações sobre Paulista e sobre outros municípios que não poupam a natureza.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: CPRH / Divulgação
