Cotidiano de Água Fria, no Recife, vai a dois festivais internacionais de cinema

Vejam que coisa boa. Ele ainda nem concluiu o curso de cinema da Universidade Federal de Pernambuco e já   teve seu segundo documentário selecionado para dois festivais internacionais. Thor de Moraes Neukranz terá sua obra Elos da Matriarca em exibição na 17ª edição do Festival Brésil em Mouvements e também  no First Nations Film and Video Festival, que ocorrem ainda neste semestre.

O primeiro evento será entre os dias 1 e 3 de outubro na França. Mais precisamente em Paris. O segundo acontece entre 1 e 10 de novembro, em Chicago, nos Estados Unidos. Elos da Matriarca retrata a avó de Neukranz, Luzinete Lupercina, ao longo de 25 anos, no bairro de Água Fria, Recife.  Mostra desde as animadas festas da família nos anos 90 até a dramática luta contra a pandemia de hoje e o isolamento social. O filme é o trabalho de conclusão do curso do realizador que, nesta obra, mistura técnicas e estéticas audiovisuais.

A fim de realizar o desejo de participar presencialmente da sessão em Paris, o estudante da UFPE está lançando uma campanha de financiamento coletivo (http://vaka.me/2339799). Thor  (http://www.instagram.com/thorneukranz)  O documentário do pernambucano usa imagens de arquivo da família e foi filmado no bairro de Água Fria, em Recife, onde ele vive. A produção não conta com recursos públicos nem de empresas privadas. Thor de Moraes Neukranz nasceu no Recife, em 1991.

E é filho de um imigrante alemão branco e uma brasileira negra. Ele conta que os contrastes sociais e raciais sempre foram marcantes em sua vida e que viver por toda a vida em Água Fria, no subúrbio do Recife, inflamou seu olhar crítico. Por três anos, ele cursou Engenharia Agrícola e Ambiental na UFRPE. Mas em 2014, passou a fazer parte do Coletivo Antiproibicionista de Pernambuco, que constrói o cineclube itinerante THCine. Assim começou a engajar-se na análise de documentários para a curadoria do grupo e a fazer cursos relacionados à produção audiovisual, deixando a Engenharia. Em 2016, formou-se documentarista através da oficina da escola de cinema francesa Ateliers Varan, feita no Recife. No projeto, realizou o documentário Dibuiar, que foi selecionado para festivais franceses no ano seguinte, quando o pernambucano ingressou no curso de Cinema da UFPE.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação / Ufpe

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