Clima de carnaval, nesse 3 de fevereiro, é na Zona Norte. Mais precisamente no Casa Forte e Poço da Panela que tradicionalmente atraem milhares de foliões no sábado anterior ao de Zé Pereira. A maior das agremiações a agitar as ruas dos dois bairros é A Turma da Jaqueira Segurando o Talo, cuja concentração começa às 10h, na Avenida Dezessete de Agosto.
No início da tarde, o bloco faz um pequeno percurso pelo Poço da Panela, passando pela Avenida Dr Seixas, Rua Luiz Guimarães e Rua dos Arcos, de onde retorna para a Dezessete. O interessante é que, apesar de muito barulhento, o bloco respeita as característica do Poço realizando desfile pelas ruas históricas com orquestra com pé no chão, e participação de blocos líricos, como Flor da Lira, Eu quero mais, Cordas e Retalhos, Confete e Serpentina.
Chegando na Dezessete, a Turma da Jaqueira se integra a oito trios elétricos, que vão arrastar os foliões até o bairro de Apipucos. Interessante, no Talo, é o respeito ao Poço da Panela, onde o bloco passa sem o som estridente dos trios e sem paredões (carros com som potente). O que está correto. Por respeito ao bairro, aos seus casarões, à história. Em 2023, o Poço da Panela foi invadido por paredões e festas particulares com excesso de som, o que contribuiu para macular seu saudável carnaval e para revoltar seus moradores que até então, faziam um carnaval gostoso quase familiar e bem comunitário, muito parecido com o de Olinda de antigamente.
Mas a população do Poço é organizada, e se armou contra os paredões. Mobilizou a comunidade e órgãos públicos – CTTU, Secretarias da Prefeitura, PM – para fechar as ruas e impedir o acesso de paredões que, no ano passado, chegaram a sufocar os sons de orquestras de frevo dos blocos locais. Além da Turma da Jaqueira, outros blocos tomam as ruas de Casa Forte e Poço nesse sábado: Mulher de Bigode, Cafuçus do Poço, Poço de Batuque, Beba do Poço, Quebra Baque, Saia dessa Noia. Na Praça de Casa Forte, no final da tarde, sai “Pisando na Jaca” (dissidência da Turma da Jaqueira, foto superior), com destino ao Poço. A preocupação dos moradores do Poço é, também, com o excesso de lixo que fica nas ruas, tomadas pelas multidões. Alguns dos blocos locais até levam carrocinha para colher o lixo produzido. Mas mesmo assim, toneladas de detritos – garrafas, latas, quentinhas, espetos – ficam pelas ruas. E a produção de lixo em 2024, pelo que se vê, poderá ser ainda maior. É que até a batucada do Patusco – agremiação que arrasta multidões em Olinda – está convocando a população para um “arrastão”. Então, a coisa vai mesmo ferver, e todo cuidado é pouco! Viva o carnaval do Poço e de Casa Forte, sem lixo, sem paredões e sem violência.
Nos links abaixo, mais informações sobre o carnaval do Poço e de Casa Forte, no sábado, 3 de fevereiro.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife