Todas as vezes quando as eleições se aproximam, candidatos que ocupam cargos executivos correm para inaugurar obras antes de se encerrar o prazo legal, e a correria implica em muitas imperfeições. Quem não lembra do Parque da Macaxeira, que foi inaugurado em 2014, pelo então Governador Eduardo Campos (1965-2014), às vésperas da desincompatibilização, já que ia disputar a sucessão presidencial?
O Parque foi oportuno (aproveitou uma área degradada onde funcionou uma fábrica de tecidos, no século passado). Porém às primeiras chuvas ficou inundado, já que construído às pressas, e as águas não tinham por onde escoar. O campo de futebol parecia até uma lagoa, entre junho e agosto. Depois, teve que ser interditado, porque seus postes ofereciam risco de vida aos frequentadores, por conta de descargas elétricas. O Parque da Macaxeira assou um tempão fechado ao público até que as incorreções e os riscos fossem eliminados.
No início de julho deste ano, ao passar em frente ao Parque Jardim do Poço, no Poço da Panela, achei que não daria tempo do Prefeito João Campos (PSB) inaugurar. Isso porque sendo candidato à reeleição, só poderia presidir inaugurações até o dia 6 de julho.
Em frente ao local dois dias antes, era tanta coisa a ser feita que achei que o Parque Jardim do Poço não ficaria pronto a tempo. No dia 4, penso que vi uns 500 homens trabalhando ao mesmo tempo. Viajei ao interior no dia 5 e, no dia 6, ao caminhar percebi que o parque tinha sim, sido aberto ao público com uma grande festa. Embora, ainda hoje, haja obras sendo concluídas. A correria também era grande na Ponte Engenheiro Jaime Gusmão, que vai ligar os bairros da Iputinga e Monteiro. No final de junho passei lá na caminhada matinal e o trabalho era dia e noite. Um operário chegou a me confessar que estava estressado, porque a pressão era grande, já que Prefeito queria a obra entregue em 5 de julho “para inaugurar”. Não deu. E com ponte e viaduto não se brinca. Qualquer descuido pode ser fatal e despencar tudo.
Agora há uma obra que ficou bonita, melhor do que o sistema anterior, que era insalubre e mal cuidado: o pátio da feira, ao lado do Mercado Público de Casa Amarela, que foi totalmente requalificado. O problema é que as goteiras são grandes e tem até permissionário vendendo fruta e verdura de guarda chuva, nesses dias de inverno. Ou cobrindo as mercadorias. Esperamos que esse problema seja logo resolvido e que o mercado não se torne um exemplo de obra imperfeita por conta da pressa. Mas um primo meu, Guilherme Carvalho, que foi fazer compras em dia chuvoso e pensava desfrutar do abrigo…. saiu molhado do local. Água caindo era mato. A água era tanta que até lembrava o “despejo” que ocorre a cada chuva, no velho Centro Comercial de Casa Amarela, que também precisa, e muito, de intervenção. Dia de chuva, a água escoa aos borbotões entre os boxes.
Já o Pátio da Feira foi totalmente requalificado e agora é coberto. Tem área total construída de 4 mil m², com 352 bancas de feira padronizadas, 21 fiteiros, 16 quiosques de alimentação, quatro boxes de água de coco, seis boxes de flores e quatro de animais vivos. A requalificação contou com a instalação do gradil em todo perímetro do pátio, além das novas bancas de feira, todas com vedação em alvenaria. A área molhada do local e o módulo de animais vivos também já foram recuperados. Na parte de animais foram instaladas portas metálicas, enquanto os quiosques de coco, flores e fiteiros foram contemplados com portas de enrolar. Toda a estrutura metálica das cobertas, assim como as telhas termoacústicas, foram renovadas. Entre os serviços ainda estão a aplicação de piso intertravado, meio fio e drenagem, além da tubulação embutida de água para combate a incêndios – são 22 extintores no equipamento.
Esperamos, no entanto, que não chova tanto no novo Pátio, que é inteiramente coberto, justamente para proteger os feirantes do sol e da chuva… Vejam só, as imagens abaixo:
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins e PCR / Divulgação
Vídeo: Guilherme Carvalho / cortesia