Caruaru: Os maiores quitutes do mundo e a incrível história de Dona Maria Eugênia da Silva

Impossível falar nas festas juninas de Caruaru, sem deixar de citar a mania de grandeza. E no “São João Maior do Mundo”, a megalomania não se restringe aos shows, quadrilhas, forró, baião, xaxado. Ela está, também, presente nas iguarias oferecidas aos nativos e turistas. É que entre os dias 21 de maio (quando começaram as comemorações)  e 29 de junho (quando elas terminam), passaram pelas mesas da cidade uns 20 quitutes gigantescos. E a coisa está ficando tão séria, que já existe até uma Associação  de Idealizadores de Comidas Gigantes de Caruaru. No município, localizado a 130 quilômetros do Recife, e nacionalmente conhecido pela sua riqueza cultural já se comemora até o Dia Municipal da Comida Gigante, em 22 de junho.

Em 2023, tem mais uma novidade: um bolo de rolo gigante, entre outras comidas de época, com o patrocínio de uma marca de margarina. Vejam só a lista, com as respectivas datas da produção das iguarias: maior munguzá do Sertão (21/05); maior caldinho do mundo (1/6); maior chocolate do mundo (3/6); tareco e mariola gigantes (4/6); maior quentão do mundo (10/6); maior cuscuz  (11/6); maior bolo de milho (14/6); maior tapioca (14/6); maior xerém com galinha (18/6); maior bolo de macaxeira (20/6); bolo de saia gigante (22/6); maior mesa junina do mundo 923/6); maior cozido de milho (25/6); maior canjica (26/6); maior quarenta com galinha (29/6). No domingo, teve até cortejo sob o som do forró,  para puxar a multidão para saborear o maior cuscuz do mundo, já inscrito inclusive no Livro dos Recordes. E no dia 17, tem o primeiro grande bolo de rolo da festa.

Nenhum dos quituteiros, no entanto, tem a história tão curiosa quanto Dona Maria Eugênia da Silva, 77, ex-empregada doméstica, empreendedora e que comanda a Casa Maria do Bolo desde 1998. Natural do município de Santa Maria do Cambucá – a 54 quilômetros de Caruaru – ela saiu em 1960 do Sítio Baixio, onde nasceu, para trabalhar em casa de família na chamada “capital do forró”. É que antes de ganhar fama pela região e bater recorde com seu pé de moleque, a pernambucana não conhecia o passo a passo para fazer os doces juninos. Incluindo a sua iguaria hoje mais famosa, o pé de moleque. Mas lembra que um dia, antes de dormir, pediu para aprender a fazer o bolo em sua oração. “Não sabia as receitas, mas Deus me ensinava”, conta ela, que acordava e anotava tudo no caderno.

A tradição do  seu pé de moleque gigante começou em 2001, quando o primeiro doce mediu três metros e pesou aproximadamente 500 quilos. Desde então, não parou mais de crescer ano após ano. Reconhecida pelo empreendedorismo  e importância cultural, em 2018 a confeiteira recebeu o título de Cidadão de Caruaru pela Câmara de Vereadores.  Hoje, “o maior Pé de Moleque do Mundo” pede, claro, uma receita à sua altura e grandiosidade. Na última edição, para produzir o bolo gigante, foram necessários 250 quilos de margarina, 800 quilos de massa de mandioca, 300 quilos de açúcar, 3.600 ovos, 18 kg de cravo, 18 quilos de canela, 18 quilos de erva doce, 90 quilos de chocolate em pó, 70 quilos de goiabada e 80 quilos de coco ralado.  A fabricação do pé de moleque gigante tem patrocínio cultural da margarina Primor, está dando força a mais um destaque em 2023: o Bolo de Rolo Gigante da Dona Alda, que está marcado para o próximo sábado (17).

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Ademar Filho / Divulgação

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