Atacada por um cachorro do Palácio dos Manguinhos, quando passava na calçada do sede da Arquidiocese de Olinda e Recife, na Avenida Rui Barbosa, a arquiteta Patrícia Quintela enfrentou, na verdade, dois calvários: o primeiro, ser mordida por um cão, que abocanhou sua mão através da grade de ferro da instituição, sem que ninguém lá de dentro tentasse socorrê-la ou, pelo menos, se desculpar. O segundo foi a dificuldade para conseguir tomar a vacina antirrábica. Ela viajou até Alagoas, para se medicar, depois de levar dois pontos na mão esquerda, rasgada pelos dentes do animal. Isso porque não conseguiu vacina no Recife.
“O ataque ocorreu logo depois que passei em frente à Igreja (dos Manguinhos). O cachorro nem latiu, e, no princípio, pensei que tinha levado um choque. Quando olhei, vi o animal”, conta, acrescentando que o porteiro do prédio, assistiu tudo mas nem sequer saiu do lugar. “Registrei a ocorrência na Delegacia do Espinheiro e fiz exame de corpo de delito”, diz. “Mas me pediram para voltar lá no Instituto de Medicina Legal depois de 30 dias”. O pior, segundo a vítima, ainda estaria por vir. “Depois disso, vivi uma novela. Porque não havia antirrábica no Estado”, comenta. “Como conheço pessoas que trabalham no setor de saúde, em Alagoas, viajei até lá, onde tomei as primeiras três doses da injeção”, acusa.
Patrícia tentou atendimento na Policlínica Lessa de Andrade. “Quando cheguei lá, disseram que a vacina estava em falta. Fiquei desesperada”, conta. Mandaram que voltasse dois dias depois, quando o remédio chegaria. Aí o pânico se estabeleceu. “Eu tinha que sair de casa às cinco da manhã, para ter acesso a uma ficha de atendimento, mas quando chegava minha vez o remédio estava em falta”. Depois que regressou de Alagoas, recebeu telefonema de uma funcionária da própria Policlínica, informando que a vacina tinha chegado, para a quarta dose. “Me ligaram de lá”, comemora. #OxeRecife está apurando o que ocorre com as doses. Vacina antirrábica pode faltar nos postos de atendimento? #OxeRecife… Pode não.