Cais da Jaqueira requer manutenção

Desde que tomou posse, o Prefeito João Campos (PSB) já esteve em bairros como Iputinga, Imbiribeira, Coque e na manhã de hoje confere obras no Arruda. Está precisando, no entanto, dar uma passadinha pelo bairro da Jaqueira. É verdade que a agenda tem que priorizar os mais necessitados, os bairros populares, onde a oferta de serviços públicos deixa a desejar.

O problema é que o Cais da Jaqueira é tão importante e tão icônico para a paisagem do Recife, quanto são o Cais Estelita e também o Cais da Aurora. Acontece que nesta manhã caminhei tangenciando o Rio Capibaribe, passando por vários de seus trechos: Poço da Panela, Santana,  Graças, Torre, Jaqueira. Ao longo de todo o percurso, há acúmulo de lixo às margens do Rio. Mas à altura da Jaqueira há, também, o cais em péssimo estado.

O roteiro a pé  foi solitário, pois desde o início da pandemia nossas caminhadas em grupo estão canceladas. E o caminho incluiu, claro,  também aquele  trecho que fica na Avenida Rui Barbosa. À altura da Academia Pernambucana de Letras e do Parque da Jaqueira, onde há uma escadinha para se fazer a travessia de barco entre a Jaqueira e o bairro da Torre. A escadinha está um perigo, não oferece segurança, pois tem até degraus com madeira podre. Está capenga mesmo.

Já a calçada da Avenida Rui Barbosa foi uma das incluídas no Programa Calçada Legal, e ganhou largura e piso mais regular. As luminárias do Cais, felizmente não foram substituídas pelos monstrengos de ferro que a gestão passada utilizou para colocar sistema mais econômico e moderno de iluminação, mas que vem descaracterizando praças e locais tradicionais do Recife. Tomara que não mexam nas dos cais, que são muito bonitas, decorativas, cenográficas.

Agora, o guarda-corpo de ferro está carcomido pela ferrugem. Em alguns trechos, só tem mesmo os dois tubos paralelos, porque as partes do meio já sumiram, se acabaram. Ou foram vandalizados, ninguém sabe. Outro problema é que o que não falta é lixo às margens do Rio Capibaribe: metralhas, pedaços de madeira, restos de construção, vidros e até espelhos quebrados vêm sendo ali depositados. Há restos até de obras oficiais não recolhidas, como na Avenida Beira Rio. Como o Rio Capibaribe praticamente ficou de fora do discurso dos candidatos à Prefeitura – durante a campanha eleitoral – não custa nada lembrar às autoridades do município que ele existe.  Afinal, é na sua extensão pelos bairros do Recife que os urbanistas projetam transformar a capital em uma cidade jardim até 2037, quando o Recife completar seus 500 anos.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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