Rio ganha faxina no Cais da Alfândega

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Transformado em destino de descarte irregular de lixo e via de recepção de esgoto do Recife – cidade onde pouco mais de 30 por cento de suas habitações possuem saneamento – o Rio Capibaribe está passando por processo de limpeza, segundo informa a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb). O trabalho começou na quarta-feira, deve se estender até o sábado e ocorre ao longo do Cais da Alfândega. A expectativa é que dez toneladas de lixo sejam recolhidas.

A operação é a terceira do gênero, em 2018. Nas duas anteriores, foram retiradas 68 toneladas de detritos das margens e manguezais do Capibaribe. Toda ação de limpeza merece elogios. Mas diante da poluição do Capibaribe, o que significam dez toneladas? Ou seja, um caminhão de detritos? É quase nada para o tamanho da necessidade. Ao meu ver, esse trabalho teria que ser permanente, assim como ações educativas para a população, que não poupa o rio de sujeiras como garrafas PET, bichos mortos, brinquedos, materiais eletrônicos, móveis, o diabo a quatro.

Para a operação no Cais da Alfândega, foram escalados oito homens, com gadanhos, banguês e caçambas estacionárias para destinar o material recolhido. A Emlurb informa, no entanto, que diariamente há ação de limpeza de resíduos flutuantes, que é realizada pelo Ecobarco, que atua em todos os trechos navegáveis do Capibaribe, incluindo as ilhas do Centro do Recife, a Zona Norte (até a BR 101), a Bacia do Pina e seus afluentes. Ou seja, cerca de 35 quilômetros. Por mês, o Ecobarca recolhe oito toneladas de lixo flutuante. Em junho, até um cavalo morto foi retirado do Capibaribe.

Nas operações periódicas de limpeza dos manguezais, os trechos normalmente contemplados são ao longo da Rua da Aurora (entre a Rua da Imperatriz e a Avenida Norte), perto da Casa da Cultura, Cais José Estelita, Cabanga e nos bairros da Jaqueira e Poço da Panela. A maioria do lixo removido é de garrafas plásticas, hoje o vilão número um do meio ambiente, principalmente de rios, mares, oceanos. Ou melhor, de materiais plásticos – sacolas, canudinhos, garrafas, copos descartáveis – que terminam por matar animais aquáticos que confundem esses materiais com alimentos. As tartarugas, por exemplo, ingerem plásticos transparentes, confundindo-as com águas vivas.

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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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